Autora confessa do assassinato do marido, Ciara Galvão Alves, de 33 anos, está foragida da Justiça. Ela matou a tiros Tiago Galvão, de 34 anos, no dia 28 de março, em uma residência da Rua Carlos Hepp, no Bairro Arco-Íris, em Vera Cruz. O mandado de prisão preventiva foi assinado pelo juiz Guilherme Roberto Jasper, da Vara Judicial do município, após solicitação da delegada Lisandra de Castro de Carvalho.
De acordo com a Polícia Civil, o casal pertencia à comunidade cigana. Ele é natural de Santo Ângelo e ela é do município de Maximiliano de Almeida. Os dois estavam morando com a filha de 15 anos em Vera Cruz há apenas 40 dias quando o homicídio aconteceu. Dias após o crime, em 5 de abril, Ciara compareceu junto de um advogado na Delegacia de Polícia (DP) de Vera Cruz para prestar seu depoimento.
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Foi quando confessou à delegada Lisandra que havia atirado contra o companheiro, mas em legítima defesa. A mulher alegou que Tiago, motivado por ciúmes, teria sido agressivo com ela e pegado uma arma. Após ser agredida, ela então teria entrado em luta corporal com o homem e conseguido retirar a arma dele, que disparou acidentalmente. A filha do casal estava na residência, mas não teria presenciado o assassinato. A adolescente atualmente está com a família do pai.
Em laudos periciais, constatou-se que Tiago morreu com cinco disparos de pistola 9 milímetros, todos na região do tórax e barriga. Ao longo das últimas semanas, a DP de Vera Cruz analisou uma série de provas testemunhais, com o depoimento de pessoas que viram o fato, e técnicas com laudos periciais na cena do crime e no corpo da vítima. Para a delegada Lisandra, ficou claro que a autora mentiu em seu depoimento.
“A versão dela foi desmentida por várias pessoas. Ela relatou que ele estava em casa com quatro amigos e houve a discussão que resultou no homicídio, mas descobrimos que havia muito mais pessoas, outros homens e mulheres que viram tudo”, contou a delegada. Conforme Lisandra, não havia festividade de noivado ou algo do tipo, como foi dissipado em rumores, mas sim uma reunião casual da comunidade cigana.
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O fato de ela ter desarmado o homem após uma luta corporal também foi desmentido pela polícia. “Temos testemunhas oculares que afirmam que ela foi no interior da casa buscar a arma e atirou cinco vezes no homem intencionalmente, não acidentalmente, como falou.” Uma espingarda artesanal foi apreendida na residência onde houve o homicídio, mas a perícia comprovou que essa arma não teve relação com a ocorrência, e sim a pistola 9 milímetros que jamais foi localizada.
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Outro fato apurado na investigação foi a fuga de Ciara do local. Testemunhas a viram acompanhada de uma outra pessoa escapando em um veículo. “Verificamos no depoimento dela várias inconsistências. E a tese de legítima defesa não foi identificada”, salientou Lisandra. Ao final do inquérito, a mulher de 33 anos deve responder pelo crime de homicídio com mais de uma qualificadora.
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“Ela está com prisão preventiva decretada, e estamos em diligências em parceria com muitas delegacias para tentar encontrá-la”, enfatizou a delegada. Durante o depoimento, a autora forneceu um endereço na cidade de Ijuí, onde afirmou que ficaria, aguardando o desfecho do caso. Contudo, procurada no local pela polícia, não foi encontrada.
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Os advogados que prometeram apresentá-la também não deram mais nenhum retorno. “Todas essas ações, de fuga, de não estar no local indicado, e de foragir e não se apresentar à Justiça, corroboram as suspeitas levantadas contra ela na investigação”, salientou a titular da DP de Vera Cruz. Já existe a possibilidade de a acusada encontrar-se em outro Estado ou até mesmo fora do País. “Sabemos que a comunidade cigana transita de lugar com rapidez e que há uma colaboração entre eles sobre isso, o que pode dificultar. Mas estamos buscando alternativas para encontrá-la. Nós não vamos sossegar até prendê-la”, finalizou Lisandra.
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Quem tiver informações sobre o paradeiro de Ciara Galvão Alves deve entrar em contato com a Delegacia de Polícia de Vera Cruz pelo telefone (51) 3718 1137, que também é WhatsApp. O sigilo é mantido.
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