Na órbita de uma estrela “vizinha”, cientistas descobriram um novo planeta rochoso como a Terra, mas de dimensões maiores – um tipo de astro apelidado pelos astrônomos de “super-Terra”. A descoberta foi publicada nesta quarta-feira, 19, na revista Nature.
Segundo os autores do artigo científico, a super-Terra tem características que a colocam na “zona habitável” de sua estrela, isto é, o novo planeta teria as condições necessárias para a existência de água em estado líquido. A presença de água líquida, segundo os cientistas, é o critério indispensável para a potencial existência de vida em um planeta. Com isso, a nova super-Terra é considerada uma candidata às pesquisas em busca de vida extraterrestre.
O artigo revela que a estrela LHS 1140, em cuja órbita foi descoberto o novo planeta, está a 39 anos-luz do nosso Sol. Embora a distância seja imensa, a estrela pode ser considerada “vizinha” em relação à extensão da nossa galáxia, a Via Láctea, que abrange cerca de 100 mil anos-luz.
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“É o exoplaneta mais emocionante que vi na última década. Dificilmente poderíamos esperar um alvo melhor para realizar uma das maiores buscas da ciência: evidências de vida fora da Terra”, declarou o autor principal do estudo, Jason Dittmann, do Centro Smithsonian de Astrofísica, em Cambridge (Estados Unidos).
De acordo com Dittmann, a LHS 1140 é uma estrela anã, como são chamadas as estrelas cuja massa equivale a menos de 60% da massa do Sol. As estrelas anãs são a classe de estrelas mais comuns na Via Láctea. Dittmann explicou que a nova super-Terra, batizada de LHS 1140b, tem uma órbita circular em torno de sua estrela e possui um diâmetro 40% maior que o da Terra, com uma massa 6,6 vezes maior que a do nosso planeta.
Embora fique mais próximo de sua estrela, em comparação à distância entre a Terra e o Sol, o LHS 1140b tem clima temperado, já que a pequena estrela emite menos radiação. Essas condições colocam o planeta na “zona habitável” do sistema LHS 1140.
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Segundo os autores, o tamanho reduzido da estrela LHS 1140 e sua proximidade em relação à Terra, deixam o novo planeta acessível aos telescópios, tornando-o um excelente candidato a estudos mais aprofundados em busca de vestígios da existência de vida.
“As condições atuais da anã vermelha são particularmente favoráveis – a LHS 1140 gira mais lentamente e emite menos radiação de alta energia do que outras estrelas similares de baixa massa”, disse outro dos autores do estudo, Nicola Astudillo-Defru, do Observatório de Genebra (Suíça).
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