Feita de papel, plástico e alumínio, uma caixa de leite pode levar até cem anos para se decompor quando descartada de forma inadequada na natureza. Como forma de reduzir o impacto no meio ambiente e também se ocupar com uma atividade, Nelson Amon, de 71 anos, morador do Bairro Schulz, em Santa Cruz do Sul, retira em média 60 caixas de leite da rua por semana e as transforma.
São metros e metros de rolos feitos com tiras recortadas de caixas de leite, creme de leite, leite condensado e outros. O artesanato pode ser utilizado de várias formas: para confeccionar cortinas, tapetes e o que mais a criatividade permitir. O aposentado conta que aprendeu o trabalho em sua infância humilde, no interior de Vera Cruz. Porém, apenas depois de décadas relembrou daquela época e pensou que poderia retomar a atividade como uma forma de sair do ócio.
LEIA MAIS: Condomínio no Centro de Santa Cruz é exemplo na separação de lixo
Publicidade
Assim, há cerca de seis meses, Nelson voltou a colocar em prática o trabalho que aprendeu na infância. “Comecei para me ocupar, porque perdi minha esposa há quatro anos. Quando eu era guri, fazia com carteiras de cigarro. Então fui me lembrando, comecei com papelão, mas não deu muito certo. Aí tive a ideia de fazer com caixa de leite. Tem umas senhoras que sabem desse trabalho e guardam as caixas. Nas segundas, quartas e sextas eu vou recolher, muitas vizinhas já deixam separadas e assim eu consigo recolher umas 20 por dia”, relata.
Com facilidade, o aposentado produz metros por dia e tudo é doado para quem tiver interesse. Recentemente, ele doou 300 metros para uma conhecida. “Não tem muito segredo, mas é um passatempo. De manhã eu coleto as caixas, depois eu lavo, coloco para secar, vou cortando as tiras, faço a seleção e a combinação das cores. Eu já sei fazer isso de olhos fechados.”
LEIA TAMBÉM: Consciência ambiental que se transforma em hábito
Publicidade
LEIA MAIS: O que você precisa saber para separar corretamente o lixo