Um aspecto que por certo diferencia nossa cidade é a existência de muitas árvores ornamentais e flores. Isto fica ainda mais evidente quando se intensificam as florações, como ora acontece, quando somos brindados todo dia com as múltiplas cores das extremosas (flor-símbolo do Município) e de outras árvores, como sibipirunas, exibindo sua beleza natural aos que transitam pelas ruas e praças.
Devemos ser gratos a todos que se preocuparam e continuam a se dedicar para garantir este espetáculo da natureza em meio ao espaço urbano. No caso da flor-símbolo, ela foi definida em 1972, após cerca de um ano de debates, tanto no Comtur (conselho no setor de turismo), clubes de serviço e população em geral, como noticiou a Gazeta do Sul de 19 de abril daquele ano, após aprovação na Câmara Municipal dois dias antes e sanção da Lei 1.452, pelo prefeito Edmundo Hoppe, no dia anterior.
O presidente do Comtur na época, José Paulo Rauber Filho, comentou então a sugestão feita pelos clubes de serviço, “preocupados em embelezar ainda mais a nossa já tão limpa e arborizada cidade”, a partir do que foi formada comissão que fez a escolha. A opção pela extremosa foi motivada “por nossa cidade já possuir muitas destas flores; pelo colorido exuberante e diversas cores; floração de novembro a meados de março, época de maior turismo; por ser em forma de arbusto ou árvore, de fácil criação e floração rápida”, enquanto outras propostas “foram consideradas de muito curta duração e floração em época imprópria”.
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O jornalista Guido Ernani Kuhn, da Gazeta do Sul, e que integrava o Comtur, exaltou então, na sua coluna Canto de Página, a justiça da escolha pela “larga folha de serviços que a Lagerstroemia indica (ou extremosa) já prestou como fator de beleza da cidade”, e que “nossas ruas, praças e estradas deverão acolher de braços abertos a nossa rainha, cujo reinado deverá perpetuar-se por todo o sempre neste jardim de trabalho e de progresso que é Santa Cruz do Sul”. Acentuava também a necessidade de sua promoção como favor de atração turística.
Pouco tempo depois desta oficialização, também houve decisão de plantio de árvores frutíferas nas ruas, como se destacou ainda em reportagem recente do jornal (edição dos dias 13 e 14 deste mês). A respeito, o leitor Claudino Müller, que atuava então na Secretaria Municipal da Agricultura, esclareceu que a implantação ocorreu nos anos de 1973 e 1974, na administração de Elemar Gruendling, e teve depois apoio do prefeito Arno Frantz, que inclusive buscou, mas não vingou, a sua introdução na estrada a Monte Alverne.
Ainda, ao se falar de árvores ornamentais e com flores, não há como deixar de referir as nossas famosas tipuanas e seu túnel verde na rua principal e algumas praças. Precisa-se lembrar que elas já têm uma longa história na cidade, desde a sua introdução no início da década de 1940, e hoje são uma marca da nossa terra, tanto que poderiam ser consideradas suas árvores-símbolo. Alvo de algumas polêmicas, é inegável a sua relevância para população local e a admiração que evoca nos visitantes. Enfim, devemos ficar felizes por podermos morar em local com tantas árvores e flores.
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