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Chuvas permitem novas descobertas em Candelária; confira

Apesar da ampla destruição causada em partes da cidade e do interior, as chuvas que atingiram Candelária em abril e maio tiveram um ponto positivo. A força das águas modificou o solo, removeu sedimentos dos rios e arroios e permitiu a visualização de áreas que antes estavam inacessíveis ou não podiam ser vistas a distância. Assim, durante uma saída de campo realizada recentemente, o Grupo Escoteiro Botucaraí encontrou um tipo de rocha até então desconhecido na região e ainda um icnofóssil.

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Conforme Carlos Nunes Rodrigues, curador do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues e integrante dos escoteiros, a rocha foi descoberta no entorno do Arroio Molha, quando o grupo analisava os impactos deixados pelas enxurradas no curso d’água. A avaliação prévia mostra que se trata de uma rocha de areia muito fina, depositada em camadas de pequena espessura, horizontais e oblíquas. O entendimento é que pode ser parte do Arenito Mata ou da Formação Guará. “A enchente desnudou a rocha e foi a primeira vez que vi ela, então não dá para dizer que é por acaso”, afirma Rodrigues.

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Já no distrito de Bom Retiro foi encontrado um icnofóssil, isto é, uma marca ou impressão deixada por um possível animal. O bloco, então, foi analisado por integrantes do Laboratório de Paleobiologia da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), transportado pelo grupo escoteiro e entregue ao acervo do museu municipal.

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Rodrigues afirma que ainda há muitos locais atingidos pelas enchentes que precisam ser visitados para verificar se as alterações no solo permitem mais descobertas. Essa situação tem sido comum em lugares atingidos pelas cheias e que já possuíam sítios paleontológicos conhecidos.

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As condições ruins das estradas e as demais dificuldades de acesso decorrentes dos eventos climáticos, contudo, dificultam ou mesmo impedem esse trabalho. “A chuva sempre leva um pouco do solo, então, se há chuva forte, às vezes ela pode revelar um pedaço do fóssil e nos permite encontrá-lo.”

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Iuri Fardin

Iuri Fardin é jornalista da editoria Geral da Gazeta do Sul e participa três vezes por semana do programa Deixa que eu chuto, da Rádio Gazeta FM 107,9. Pontualmente, também colabora nas publicações da Editora Gazeta.

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