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Chuvas dos últimos dias afetam semeadura na região

As fortes chuvas da segunda quinzena de outubro e início desta semana estão prejudicando a semeadura da safra de arroz na região. As primeiras precipitações causaram enchentes nos rios e arroios atingindo várias lavouras, que chegaram a ficar 12 dias submersas. As desta semana voltaram a molhar as áreas que estavam secando, impedindo novos plantios. A área do 5º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que abrange Rio Pardo, Pantano Grande e Passo do Sobrado, foi muito atingida.

Juntos, estes três municípios deverão ocupar 13,5 mil hectares com plantio de arroz. Até o momento, os produtores semearam 45% da área pretendida – 6.075 hectares. Conforme o chefe do 5º Nate, Ricardo Tatsch, a semeadura estava transcorrendo bem, mas em razão dos dois episódios de chuvas, deverá atrasar, uma vez que o período ideal para o plantio é de 1º de outubro a 15 de novembro. E os produtores só deverão conseguir retomar a semeadura no meio da próxima semana.

Da área já semeada, em torno de 1.500 hectares foram atingidos pela enchente que Tatsch acredita que pode voltar a acontecer nos próximos dias. “O Rio Jacuí está muito alto e, devido às últimas chuvas, deve subir mais.” Ele observa que a expectativa era boa para esse ano porque os produtores estavam com mais de 90% das áreas preparadas para iniciar a semeadura, mas as chuvaradas estão impedindo o plantio. Até o momento, em torno de 700 hectares da região do 5º Nate precisam ser ressemeados. Rio Pardo é o município mais atingido, devido aos alagamentos causados pela elevação dos níveis dos rios Jacuí e Pardo. 

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O atraso no lançamento das sementes compromete a produtividade. O arroz depende muito da época de semeadura. “Semeando dentro do período recomendado, a fase reprodutiva da cultura vai coincidir com o mês de dezembro, no qual temos maior radiação solar, proporcionando maior potencial produtivo”, diz Tatsch. A região do 27º Nate, que abrange Candelária, Novo Cabrais, Cerro Branco , Vale do Sol, Vera Cruz, Santa Cruz, Venâncio Aires e Cruzeiro do Sul, foi um pouco menos afetada, mas também tem prejuízos. Da área de 17.716 hectares a serem cultivados com arroz  nessa região, 50% já foram semeados. Mas esse percentual poderia ser de 80% se o clima tivesse colaborado. 

Mesmo assim, 50% de área semeada é considerado um bom percentual em função das dificuldades impostas pelas precipitações, segundo o técnico superior orizícola do 27º Nate,  José Fernando de Andrade. Em torno de 1.500 hectares da região deste Núcleo registraram problemas, como perda de insumos, de infraestrutura de lavouras e de trabalho de preparo, e 150 hectares necessitarão de replantio. Os municípios mais prejudicados de sua área são Vera Cruz, Santa Cruz e Vale do Sol, que tiveram lavouras submersas em vista das enchentes decorrentes das fortes chuvas.

Mais atingida

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De acordo com Ricardo Tatsch, a  região central do Estado foi a mais atingida pelas precipitações e tem semeados apenas 29% dos 150 mil hectares previstos. O Rio Grande do Sul deverá plantar nesta safra 1.091.401 hectares com arroz, dos quais 708 mil se encontram semeados.

Trabalho para replantar 32 hectares

O produtor Gilberto Rabuske, de Rio Pardo, já tinha plantado arroz em 32 hectares e terá que “replantar tudo”, em razão da enchente ocorrida na segunda quinzena de outubro. As últimas chuvas, no seu entender, apenas deixaram a área mais molhada. Para a ressemeadura, terá que esperar mais cinco ou seis dias até  o solo secar. Ele relata que a produtividade já foi prejudicada e que a meta, que era produzir 8 mil quilos por hectare, não será mais alcançada.

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Rabuske conta que teve perda no ano passado com enchente e agora novamente. “Está ficando difícil o trabalho na lavoura”, salienta, acrescentando que perde as sementes, os insumos e o trabalho.

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