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Chuvas deixam em ruínas toda a extensão da RSC-153

Foto: Rafaelly Machado/Banco de Imagens

Na altura da entrada para Linha Branca, a cratera ocupa praticamente toda a pista é é certeza de dano ao veículo

As más condições de conservação da RSC-153 não são novidade para a comunidade do Vale do Rio Pardo, mas essa precariedade se acentuou nas últimas semanas. Com as enxurradas, os transtornos com buracos e falta de sinalização aumentaram significativamente e surgiram novos perigos, como desmoronamentos de encostas no entorno e água sobre a pista. Para os motoristas que não puderem evitar o deslocamento, a orientação é ter o máximo de cuidado e evitar dirigir à noite.

Na tarde dessa segunda-feira, 13, a Gazeta do Sul percorreu o trecho entre Vera Cruz e Gramado Xavier e pôde ver de perto uma rodovia em ruínas. Os buracos, problemas tão antigos quanto a própria estrada inaugurada em 2010, se multiplicaram em quantidade e, sobretudo, em tamanho. Há perfurações na pista – algumas das quais não é nenhum exagero chamar de crateras – que oferecem um risco iminente de acidente aos condutores. Quando chove ou à noite, o perigo se torna ainda maior devido à visibilidade reduzida.

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Durante todo o trajeto, de cerca de 70 quilômetros, poucas foram as vezes em que foi possível dirigir em velocidade superior a 60 quilômetros por hora. Isso porque, a todo momento, é necessário fazer uma manobra brusca para desviar de um buraco. Essa ação se torna especialmente difícil e perigosa quando a pista está molhada e também nos trechos de serra; portanto, é recomendável que o motorista trafegue devagar para ter um maior tempo de reação e não corra o risco de perder o controle da direção.

Na altura da entrada de Linha Branca, no interior de Sinimbu, uma situação chama a atenção. Trata-se de uma cratera com pelo menos 2 metros de comprimento, 1,5 metro de largura e 40 centímetros de profundidade. O desnível é tão grande que ocupa praticamente toda a pista da direita, no sentido Sinimbu-Gramado Xavier, e obriga os condutores a desviarem pela contramão. Quando há veículos no sentido contrário, não existe alternativa senão frear e passar o mais devagar possível para evitar danos nos pneus, rodas, paralamas e suspensão.

No local, estava o vice-prefeito de Sinimbu, Jackson Rabuske. Preocupado em evitar acidentes, ele improvisou um sistema de alerta com galhos e peças de carros e caminhões que estavam próximas e denunciavam os prejuízos já causados pelo buraco. “Não tem sinalização nenhuma aqui, tem gente trazendo doações para a região e é capaz de morrer nessa estrada”, observou. O esforço, no entanto, durou pouco. Quando a equipe de reportagem retornou a Santa Cruz, os objetos colocados já haviam sido retirados ou mesmo atropelados.

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Movimento na oficina mecânica disparou

Proprietário de uma oficina junto a um posto de combustíveis às margens da RSC-153, o mecânico Leomir dos Santos revela que a demanda por consertos em veículos disparou nas últimas semanas, todos vítimas da buraqueira. “Muita gente de fora, que não conhece a rodovia, acaba empenhado”, afirma. Pneus, rodas, molas e amortecedores são os principais componentes danificados e que, em muitos casos, não têm conserto. “Às vezes tem bloqueios e a gente não consegue nem sair para procurar as peças.”

Na borracharia ao lado, pneus rasgados e rodas amassadas demonstram o tamanho do estrago provocado quando o motorista não consegue desviar e passa sobre um buraco. Para piorar, o sinal de celular é praticamente inexistente em toda a extensão da 153. Diante disso, se for necessário chamar socorro, o jeito é caminhar até alguma residência próxima ou contar com a solidariedade de outros condutores. “Se é uma pessoa estranha, a maioria dos carros não para porque tem medo”, salienta Santos.

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Os novatos são as principais vítimas das avarias provocadas pela pista. No posto de combustíveis, pelo menos três carros danificados foram deixados para trás pelos proprietários, que seguiram adiante em busca de ajuda. Esposa de Santos, Ana Lúcia de Vargas conta que o casal chegou a sinalizar os pontos mais críticos com alguns cones que possuíam na oficina, mas todos acabaram atingidos por caminhões ou foram furtados.

Orientação de caminhoneiro é ter cautela

Com mais de 30 anos de experiência na estrada, o caminhoneiro Orlando Morelli, de 62 anos, transporta cargas do Mato Grosso até o porto de Rio Grande e conhece muito bem a situação precária da RSC-153. Ele diz que é normal e esperada a piora das condições da pista e sinalização após longos períodos de chuva.

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Ainda assim, a orientação é ter cautela, principalmente para aqueles que trafegam no trecho pela primeira vez. “Se eu que conheço, ontem sofri uma pancada em um buraco. Quem não conhece vai estourar pneu e quebrar mola, com certeza.”

Com problemas de todos os tipos e fluxo intensificado devido ao fechamento de outras estradas e rodovias, a RSC-153 se tornou uma das principais ligações da Região Norte com as regiões Centro e Sul do Rio Grande do Sul, cenário facilmente percebido pelo grande número de caminhões e carretas trafegando nos dois sentidos. Para evitar surpresas desagradáveis, Morelli aconselha: “Evite andar à noite, porque de dia você tem mais visibilidade. Ainda é pouca, mas tem”. Além disso, pede que outros caminhoneiros tenham mais cuidado na condução.

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“Quando a estrada tem pedágios, você fecha o olho e vai embora. Nessas que são secundárias, porém, não dá para fazer loucura, senão o caminhão vai pra dentro dos buracos.” Os deslizamentos registrados em várias localidades não bloqueiam mais a pista, mas a terra foi somente empurrada para o acostamento. Com isso, a água que desce dos morros cria lama, que escorre para o asfalto e torna a passagem ainda mais perigosa. As autoridades aguardam a melhora do clima para começar os reparos.

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