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Alimentos

Chuvarada causa prejuízos na feira e no seu bolso

Há cerca de dois meses, a produtora rural Bernadete Goetze, que ocupa a banca 12 da Feira Rural atrás do Fórum, em Santa Cruz do Sul, exibia com orgulho suas vistosas hortaliças. Hoje, depois das chuvas que acometeram a região por quase três semanas, as ramas de couve-flor, alface e brócolis estão expostas de forma mais tímida. É que a umidade excessiva e a falta de sol fizeram com que as plantas parassem de crescer e, no caso das alfaces, apodrecessem. O resultado são folhosas menores e com algumas espécies em falta.

Da alface do tipo americana, Bernadete afirma que não sobrou nada. Já do tipo comum, restou 20% da produção. “Não sei exatamente quanto nós perdemos no total, mas se olhar a lavoura que tínhamos antes e o que ficou, a diferença é muito grande”, relatou. Mesmo com os prejuízos, a produtora conta que não irá aumentar os preços, pensando no bem dos clientes. A expectativa é pela continuidade de tempo seco para recuperar a plantação, enquanto os produtos menos afetados mantêm as vendas em alta.

Duas bancas ao lado, o hortifrutigranjeiro Erni Gilberto Noy conta que conseguiu salvar 4 mil pés de alface das chuvaradas. “Na primeira semana de chuvas teve um intervalo de um dia com sol, quando cobrimos a lavoura com plástico e conseguimos salvar tudo”, explicou. Depois de perder diversas safras, Noy agora trabalha basicamente só com as estufas, mas afirma que, sem o sol, nem elas dão conta. “As verduras precisam da luminosidade também. Com a umidade, nós não conseguimos mexer na terra ou plantar novas mudas.” Sem perda de hortaliças e com o auxílio do tempo firme desde sexta-feira, Noy se mantém otimista. “Não cheguei a ter prejuízos, só que as plantas deixaram de crescer.”

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Conforme o extensionista da Emater Marcel Cassol, a queda na produção das hortaliças foi de 50%. Segundo ele, um produtor relatou perda total de uma lavoura de feijão, mas os outros prejuízos foram mais pontuais, com maior impacto sobre as folhosas. A produção de leite também foi impactada, já que as pastagens não puderam se desenvolver como esperado.

Preço vai subir nos mercados

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros) do Vale do Rio Pardo e Taquari, Celso Müller, o impacto da chuva para os hortifrútis deve chegar aos supermercados nas próximas semanas. Devido às perdas nas lavouras, o preço dos produtos pode subir. 

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“Estávamos com uma oferta muito boa das hortaliças folhosas, que foram as mais prejudicadas. Com a diminuição, o preço deve aumentar e isso deve começar a ficar mais evidente a partir da próxima semana”, comentou. Até o momento, conforme Celso, não houve reajustes significativos. 

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