Regional

Chuva recorrente dá novo fôlego para a agricultura

Depois de um longo período com precipitações mensais abaixo da média histórica, o mês de maio começou promissor. Isso porque nos três primeiros dias o acumulado de chuva já ultrapassa os 54 milímetros na área central de Santa Cruz do Sul, volume suficiente para superar os 34 milímetros registrados durante todo o mês de abril. Para os próximos dias a previsão é de mais instabilidade, situação que anima e traz alívio aos agricultores e favorece as culturas do próximo ciclo.

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O engenheiro agrônomo Josemar Parise, extensionista rural da Emater/RS-Ascar, recorda que o Rio Grande do Sul está sob os efeitos do La Niña desde o início de novembro de 2019. Esse fenômeno causa o resfriamento das águas do Oceano Pacífico e provoca chuvas mal distribuídas e menos volumosas. “Durante esses três anos e meio nós só tivemos chuvas calmas, contínuas e volumosas como essas dos últimos dias em maio e junho de 2022”, observa o especialista.

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A diferença destas para as pancadas rápidas é que as precipitações calmas e recorrentes conseguem infiltrar a água no solo. “Isso é muito bom, porque começa a elevar o nível das nascentes e cursos hídricos. Ainda não é suficiente, precisa continuar nos próximos dias para que essa elevação ocorra de forma perene.” Quando o volume é muito grande em um curto período de tempo, explica Parise, acontece o efeito sanfona: a água acumulada é de escorrimento superficial e não demora a desaparecer novamente.

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Maio na agricultura

Maio é um mês de substituição das culturas de verão pelas de inverno – termina a colheita do arroz, da soja e do milho tardio e começa o plantio da aveia, do azevém e do trigo. “Essa umidade do solo é muito importante para a semeadura e desenvolvimento das pastagens que já foram implantadas”, ressalta. Com a tendência de mudança brusca de La Niña para El Niño, a previsão é de uma primavera chuvosa. “Fica a expectativa quanto aos cereais de inverno, para os quais as precipitações volumosas não são um fator positivo.”

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Ainda assim, Parise volta a reforçar a grande necessidade de umidificar o solo com chuvas regulares para elevar o nível dos cursos hídricos, fortalecer as nascentes e encher os reservatórios. “Se tivermos falta de água na primavera e no verão, essa umidade se eleva e vai de encontro às raízes dos vegetais.”

Próximos dias

Existem diversos modelos de previsão de chuva e os resultados de cada um podem variar muito. Dos oito principais disponíveis, contudo, sete preveem uma precipitação acumulada superior a 120 milímetros para Santa Cruz até o dia 11 de maio. De acordo com o modelo numérico GEM, esse acúmulo pode chegar a 160 milímetros, com outro marcando na casa dos 140 milímetros. O mais modesto na previsão, o GFS, estipulava cerca de 60 milímetros, volume que já foi superado em apenas três dias.

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