A entrega da concessão da RSC-287, entre Tabaí e Santa Maria, foi antecipada para a terça-feira, 31. Anteciparam-se também os problemas percebidos na estrutura da rodovia, sobretudo, após a chuva intensa dos últimos dois dias. Buracos testam a perícia dos motoristas em diferentes partes, com algumas concentrações.
O que parecia cair no colo da Rota de Santa Maria, empresa do Grupo Sacyr que assumirá o trecho, deve ser amenizado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Pelo menos essa é a afirmação do engenheiro da estatal, Luís Henrique Dutra. “Tivemos algumas reclamações devido ao excesso de chuva desta semana. Estamos com operação tapa-buracos, que já começamos na quarta-feira, em momentos de trégua da instabilidade”, afirma. Adianta que deve ser atendido o trecho concedido, entre os quilômetros 28 e 177 (Tabaí e Vila Paraíso).
LEIA MAIS: Sacyr assume RSC-287 em 30 dias; veja cronograma de obras
Publicidade
Enquanto a manutenção não chega a toda a rodovia, motoristas reclamam de um lado e o borracheiro Carlos Alexandre Renz, o Mano, vê seu trabalho aumentar de outro. Ele atende em uma borracharia no quilômetro 78, em Venâncio Aires, e vê clientes com os mais variados tipos de avaria em seus veículos. “Para mim está muito bom”, brinca. Sabe, no entanto, que o assunto é sério e as consequências podem ser graves.
Foi o que verificou o profissional do volante, Jarderson Pedroso. Há oito anos na estrada, conta que, além dos buracos, a RSC-287 apresenta problemas de geometria, fazendo com que os caminhões balancem excessivamente. “Um caminhão passou em um desnível e ‘ladeou’; o motorista acabou perdendo o controle e indo barranco abaixo”, relata. Em seu veículo, com frequência tem que ajustar as cintas que mantêm a carga, para evitar tombamento. “As molas também acabam ‘jogando’. Um dia chegou a cortar a lona do pneu.”
LEIA MAIS: Novo valor do pedágio na RSC-287 passa a valer em 31 de agosto
Publicidade
Credibilidade – Além da recuperação das condições da via e de todas as obras inseridas no contrato de concessão, como a duplicação, a Rota de Santa Maria deverá criar uma sensação de credibilidade, que faz com que os motoristas não se incomodem em pagar os pedágios. A afirmativa torna-se óbvia ao ouvir Jaderson Pedroso e colegas, que brincam com a situação. “Na 287, perto da praça de cobrança está escrito: ‘Pedágio significa rodovia em condições’. Mas na frente dessa placa tem uma valeta na rodovia”, ironiza. Ele acrescenta que pagar não seria problema, caso o asfalto tivesse qualidade.
Lucro – O borracheiro Mano vê seu movimento aumentar em, pelo menos, 10% quando ocorrem períodos de chuva ou demora nos reparos da via. “A gente vê que o trajeto está todo complicado, passando da hora de arrumar.” Exemplos disso não param. Na manhã dessa quinta, 26, trocou dois pneus danificados pelas más condições da 287. Na terça-feira, foi acionado para atender um cidadão que levava a esposa até o aeroporto e acabou interrompendo a viagem.
Trechos – A percepção é de que há problemas em toda a extensão da rodovia, mas em algumas partes a concentração de buracos demanda habilidade dos motoristas. É o que ocorre na altura do quilômetro 67, em Venâncio. Uma sequência de buracos, alguns profundos, exige atenção. Em poucos minutos à margem da via, percebe-se a solução encontrada pelos condutores: passar na contramão. Isso, no entanto, nem sempre é possível, pois o fluxo do tráfego também é intenso no sentido contrário, o que pode acarretar grave acidente. Há 21 anos no trecho, o venâncio-airense Leandro André Henckes aponta áreas em Novos Cabrais e Agudo como as mais complicadas. “A todo momento, vemos carros encostados na margem para a troca de pneus”, conta. Situação que espera fazer parte de um passado recente com a troca da empresa responsável pela manutenção.
Publicidade
LEIA MAIS: VÍDEO: com presença do governador, contrato de concessão da RSC-287 é assinado
This website uses cookies.