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Chuva afeta produção de frutas da época; veja números da safra

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A produção de pêssego na propriedade de Elisiane Kolberg foi afetada pela instabilidade climática e a presença massiva de insetos | Foto: Julian Kober

Em sua banca na Feira Rural Central, a agricultora Elisiane Kolberg exibe os pêssegos colhidos na propriedade da família, localizada em Linha Pinheiral, interior de Santa Cruz do Sul. Nos anos anteriores, a quantidade disponível no espaço seria farta. No entanto, quem passava pelo local encontrava apenas uma caixa na semana passada. Diante da instabilidade climática registrada nos últimos meses, especialmente o excesso de chuva, o total retirado dos dez pessegueiros ficou muito abaixo do aguardado pela produtora. 

“Esperava colher 20 quilos em cada pé. Até agora, consegui apenas 30 no total”, afirmou. A qualidade da fruta também foi afetada por causa da proliferação de insetos. “O clima influenciou muito. Todas as culturas estão sofrendo. O tempo não colaborou com nada esse ano.” Elisiane não foi a única a registrar perdas nas frutas da época na região. A Emater/Ascar estima que a safra do pêssego apresente uma redução de 60% em comparação ao ano passado. 

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Em 2022, a produção passou de 100 toneladas em 54 propriedades de oito municípios do Vale do Rio Pardo – Candelária, Encruzilhada do Sul, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol, Vale Verde e Venâncio Aires. Diante das adversidades na colheita, o extensionista rural Vivairo Zago estima que o total neste ano chegará a 40 toneladas (ou seja, 60 toneladas a menos). 

Diante da queda na colheita, outra feirante que tem percebido a diferença é Simone Walter, de Linha Travessa, no interior de Santa Cruz. Segundo ela, está difícil de suprir a procura pela fruta em seu estande. Nas temporadas anteriores, conta, era comum ter à disposição ao menos 30 quilos. Desta vez, trouxe menos de dez. “Acaba rápido, o que conseguimos trazer eu vendo logo. Mas a quantidade é pequena, porque colhemos muito pouco este ano”, relatou.

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Os estragos foram ainda maiores na produção de ameixa. A diminuição pode chegar a 70% em comparação ao mesmo período do ano passado. Assim, nas quatro propriedades de Candelária, que cultivam o fruto na região, o total colhido deverá chegar a duas toneladas, cinco a menos que em 2022.

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Fatores climáticos

A instabilidade climática é apontada pelo técnico da Emater/Ascar como um dos principais fatores. Esse calor fora de época foi muito prejudicial para a cadeia de produção do pêssego e da ameixa, pois as duas precisam de uma quantidade mínima de horas de frio para se desenvolverem. “A perda da produção começou no inverno”, explica Vivairo Zago. Ele ressalta que a estação foi de pouco frio e apresentou picos de calor, sendo que o mês de julho foi o mais quente em 30 anos.

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Já durante o período de formação e colheita das frutas, o volume excessivo de chuva provocou diversos problemas. Em razão disso, foram registrados muitos casos de podridão parda, uma doença que causa apodrecimento que afeta a produção e a qualidade do fruto, podendo gerar prejuízos severos. 

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A mazela foi a principal causa da queda na produtividade na propriedade de Jardel Evandro Maleitzke, 28 anos. Localizada na Linha Rio Branco, interior de Sinimbu, a colheita de BRS Rubimel, uma variedade de pêssego com polpa amarela, iniciou-se na segunda quinzena de outubro e se estendeu até metade de novembro. Porém, com o excesso de chuva, o agricultor estima que a produção deve reduzir em até 40% em relação ao ano passado.  “Mesmo assim, tivemos frutos grandes e saborosos”, afirmou. Atuando há oito anos no ofício, não havia testemunhado situação semelhante até então.

Os valores do prejuízo ainda não foram calculados pela Emater/Ascar e os produtores. Atualmente, o quilo do pêssego pago ao produtor chega a R$ 3,50, conforme o Informativo Conjuntural da entidade. Já o valor da ameixa é de aproximadamente R$ 5,00.

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Saiba mais

O Informativo Conjuntural mais recente divulgado pela Emater/Ascar avaliou a colheita do pêssego na área administrada em Soledade, que incorpora 39 municípios, incluindo os do Vale do Rio Pardo. A incidência de podridão parda é considerada alta. Também foi constatada pouca quantidade de frutas por plantas. Porém, o tamanho está satisfatório. As perdas da safra já superaram 50%.

De acordo com a publicação, o calor predominou em todo o Rio Grande do Sul entre os dias 14 e 21 de dezembro. Os termômetros superaram os 35 graus em todas as regiões e em algumas beiraram os 40 graus. 

Já no início da terceira semana do mês, a lenta propagação de uma frente fria provocou tempestades em diversas regiões. Enquanto na maioria das áreas os volumes oscilaram entre 25 e 50 milímetros, em diversas localidades a quantidade foi superior a 100 milímetros, incluindo Rio Pardo, onde chegou a 108 milímetros, conforme registro do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

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