“Um fenômeno extremamente raro”, é como o professor de Agrometeorologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, Marcelino Hoppe, define o evento climático ocorrido entre o fim da tarde e o início da noite dessa quinta-feira, 28, em Santa Cruz do Sul. A chuva torrencial, que deixou diversos bairros e residências do município alagadas, chegou a atingir intensidade de 305 milímetros por hora, mas o acumulado entre 18h30 e 19h30 foi de 112 milímetros.
Marcelino Hoppe explicou em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta sexta-feira, 29, que a precipitação neste período foi equivalente à média para um mês inteiro. “O esperado para o mês de agosto, por exemplo, seria entre 130 e 150 milímetros. Ontem [quinta-feira], dois terços disso caíram em apenas uma hora.”
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Para que fique mais fácil visualizar quanta água representam 110 milímetros de chuva, o professor explica que isso significa que choveu 110 litros para cada metro quadrado. Outra forma de ver o dado é que um quarteirão da cidade tem 10 mil quadrados. Assim, a cada quadra da área urbana de Santa Cruz, choveu 1,1 milhão de litros d’água. Tudo isso em uma hora.
Conforme ele, há alguns anos aconteceu no município uma chuva com intensidade de 350 milímetros por hora, maior do que a registrada na noite dessa quinta. Nessa ocasião, no entanto, o fenômeno teve menor duração e o acumulado foi bem menor, de apenas 12 milímetros.
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Marcelino afirmou que um episódio de 100 milímetros de chuva em 24 horas já é incomum – acontece, em média, a cada 900 dias. Este dado dá noção do quanto é rara uma ocorrência como a dessa quinta, com este acumulado em uma hora. “Agora nos últimos anos, provavelmente em função do aquecimento global – o que implica em mais evaporação, mais nuvens carregadas –, essa média está baixando e provavelmente já estamos a menos de 400 dias de um novo evento desse. Agora, chuva de 100 milímetros em 1 hora, é um fenômeno extremamente raro.”
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