Durante a gravidez, é comum surgirem dúvidas sobre o que se pode ou não consumir. Entre os itens que despertam curiosidade e desejo, o chocolate ganha destaque. Mas afinal, ele é seguro? Pode trazer benefícios ou deve ser evitado?
A obstetra e ginecologista, Dra. Isabel Botelho, explica o que o chocolate contém e por que ele é tão desejado na gravidez:
O chocolate é um alimento rico em compostos bioativos que vão além do sabor irresistível. Ele contém:
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- Flavonoides: Antioxidantes que protegem as células contra o estresse oxidativo.
- Teobromina: Um estimulante suave que melhora o fluxo sanguíneo e ajuda a relaxar os músculos.
- Cafeína: Em menor quantidade do que o café, mas presente especialmente no chocolate amargo.
- Triptofano: Um aminoácido que estimula a produção de serotonina, o hormônio da felicidade.
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Na gravidez, o desejo por chocolate pode estar ligado às alterações hormonais, que intensificam a necessidade de energia rápida e prazer emocional. Além disso, o cacau contém compostos que ajudam a combater o cansaço e melhorar o humor, tornando-o um aliado emocional para muitas gestantes.
Os benefícios do chocolate durante a gravidez Se consumido com moderação, o chocolate pode trazer benefícios surpreendentes para a gestante e o bebê:
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1. Redução do risco de pré-eclâmpsia: Estudos indicam que o consumo de chocolate, especialmente os ricos em teobromina, pode melhorar a circulação sanguínea e reduzir o risco de pré-eclâmpsia, uma complicação potencialmente grave caracterizada por pressão arterial elevada.
2. Benefícios cardiovasculares: Os flavonoides presentes no chocolate amargo ajudam a melhorar a saúde do coração, reduzindo inflamações e protegendo contra danos celulares.
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3. Melhora do humor e redução do estresse: “O chocolate estimula a produção de endorfinas e serotonina, hormônios que contribuem para o bem-estar emocional, algo especialmente importante durante a gravidez, quando o estresse pode ser mais intenso.”. Destaca a Dra. Isabel Botelho.
4. Suporte energético: Para momentos de cansaço extremo, uma pequena porção de chocolate pode fornecer energia imediata e aliviar a sensação de fadiga.
O consumo de chocolate deve ser moderado
Embora o chocolate tenha benefícios, ele também contém açúcar, gorduras e cafeína, o que exige cautela no consumo. A recomendação é limitar a ingestão a cerca de 20 a 30 gramas por dia, preferencialmente de chocolate amargo ou meio amargo, com pelo menos 70% de cacau.
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O que acontece se consumir em excesso?
- Ganho de peso exagerado: Chocolates ao leite e brancos têm alto teor de açúcar e gordura.
- Risco de diabetes gestacional: Picos de glicose no sangue podem comprometer a saúde da mãe e do bebê.
- Cafeína em excesso: O consumo excessivo pode ultrapassar o limite diário de 200 mg de cafeína recomendado durante a gravidez, o que pode aumentar o risco de aborto espontâneo ou baixo peso ao nascer.
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Escolhendo o chocolate certo
Nem todos os chocolates são iguais. Para obter os benefícios sem os malefícios, escolha:
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Chocolate amargo ou meio amargo: Ricos em cacau e com menos açúcar.
Chocolate orgânico: Livre de pesticidas e com menor risco de contaminação por metais pesados.
Evite chocolates processados: Barras recheadas e chocolates muito doces geralmente contêm aditivos e gorduras prejudiciais.
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E o chocolate branco?
O chocolate branco, por não conter sólidos de cacau, não oferece os benefícios antioxidantes. É basicamente uma combinação de manteiga de cacau, açúcar e leite, sendo uma opção menos saudável, mas que pode ser consumida ocasionalmente.
Chocolate e café: atenção à cafeína
O chocolate contém uma quantidade variável de cafeína. Veja uma estimativa por porção de 30 g:
Chocolate amargo: 20 mg de cafeína.
Chocolate ao leite: 6 mg de cafeína.
Chocolate branco: Praticamente isento de cafeína.
Lembre-se de considerar outras fontes de cafeína no dia, como café, chás e refrigerantes, para não ultrapassar o limite diário seguro.
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Chocolate na gravidez: um sinal de deficiência nutricional?
Algumas gestantes relatam desejo intenso por chocolate, o que pode estar relacionado a:
Deficiência de magnésio: O cacau é uma boa fonte desse mineral essencial.
Necessidade de energia rápida: Alterações hormonais podem levar o corpo a buscar fontes rápidas de glicose.
Se o desejo for persistente e exagerado, é importante conversar com o médico para avaliar possíveis deficiências.
Quando evitar o chocolate?
O consumo de chocolate deve ser avaliado com cuidado em casos de:
Diabetes gestacional: O chocolate ao leite e outros doces devem ser evitados para não comprometer o controle da glicemia.
Refluxo gastroesofágico: A teobromina pode relaxar o esfíncter esofágico, piorando os sintomas de azia e refluxo.
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A Dra. Isabel Botelho conclui afirmando que a gravidez é um momento de ouvir o corpo e cuidar dele com atenção. O chocolate pode fazer parte desse cuidado, desde que seja consumido de maneira equilibrada e priorizando sempre a saúde da mãe e do bebê.
Se você tem dúvidas ou deseja um acompanhamento nutricional individualizado durante a gravidez, procure um especialista. Lembre-se: cada gestação é única, assim como as necessidades do seu corpo!