Bebida símbolo do Rio Grande do Sul e uma das tradições mais fortes e presentes nas famílias gaúchas, o chimarrão tornou-se um risco em tempos de pandemia do novo coronavírus. Isso porque o compartilhamento do “mate” entre várias pessoas é uma das formas de transmissão da doença, que se dá por meio da saliva que fica na bomba do chimarrão.
Ainda em março, quando a pandemia começou, não só as autoridades gaúchas como o próprio Ministério da Saúde alertaram para que o chimarrão não fosse mais compartilhado entre várias pessoas devido ao elevado risco de contágio que a prática oferece. Com o passar do tempo, contudo, muita gente deixou de atentar às orientações dos órgãos de saúde e voltou a fazer parte das tradicionais rodinhas, onde várias pessoas apreciam a bebida em uma mesma cuia.
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O médico infectologista Marcelo Carneiro, uma das referências na prevenção da Covid-19 no Vale do Rio Pardo, alerta que a hábito deve ser evitado, mesmo entre pessoas que moram na mesma residência. “Temos visto muito no hospital pessoas da mesma família que pegam a doença porque acham que não tem problema (dividir o chimarrão)”, explica. Carneiro acrescenta que o risco de contágio se dá pela saliva – pode ocorrer pela fala, mas especialmente pelo compartilhamento de objetos, como a bomba do chimarrão.
Carneiro enfatiza que o compartilhamento de qualquer tipo de objeto que entre em contato com a saliva deve ser evitado, como copos, garrafas e talheres, e reforça que o ideal e recomendado é cada pessoa beber o chimarrão individualmente.
A respeito da crença popular de que a água quente é suficiente para matar o vírus, o infectologista esclarece, novamente, que a transmissão se dá pela saliva que fica presente na bomba, e não pela água. Ele salienta, ainda, que a população precisa se cuidar dentro de casa da mesma forma que se cuida nas ruas, a fim de evitar os chamados “surtos domiciliares” de Covid-19, que têm se tornado cada vez mais comuns.
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