A queda nos termômetros em Santa Cruz do Sul preocupa por diversos motivos, como aumento das doenças respiratórias e falta de agasalhos para famílias em vulnerabilidade social. É importante lembrar, além disso, das pessoas em situação de rua, que enfrentam as baixas temperaturas de forma ainda mais brutal. É para este público que a Prefeitura de Santa Cruz do Sul realiza ações de acolhimento, intensificadas com a chegada do frio à região.
Entre as medidas adotadas, estão a abertura do albergue em horário estendido, reforço nas refeições e atenção especial nas abordagens. Segundo a diretora de desenvolvimento da Secretaria de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte de Santa Cruz, Priscila Froemming, há um aumento na procura por refeições quentes e abrigo neste período. “A partir de junho, o Albergue Municipal vai estar aberto 24 horas para atender a população de rua. A gente percebe que procuram mais por uma comida quentinha, nas cozinhas comunitárias também”, disse em entrevista à Rádio Gazeta.
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Conforme Priscila, o trabalho de acolhimento começa nas ruas, na conversa com as pessoas em situação de vulnerabilidade. “Abordagem social funciona durante o dia e a noite”, reforçou. As equipes da Prefeitura convidam a ir ao albergue, às cozinhas comunitárias ou, ainda, a restabelecer os laços familiares que fazem com que essas pessoas estejam nas ruas e não nas respectivas casas. “Esse trabalho da abordagem tem sido bem intenso”, comentou Priscila. “O perfil [das pessoas em situação de rua] é bastante variado. São pessoas que, na maioria, têm um vínculo rompido, não estão na rua por não ter uma residência. Moradores de rua mesmo são muito poucos.”
A diretora de desenvolvimento explicou que o uso de álcool e drogas está entre os mais recorrentes motivos para a situação, além de casos envolvendo a Lei Maria da Penha. Para isso, há uma equipe de assistência social que busca reintegrar a pessoa à família, com desintoxicação e acompanhamento. “A gente faz essa recuperação dos vínculos familiares”, destacou.
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As drogas, lícitas ou ilícitas, também são motivo para muitas pessoas não aceitarem o convite da equipe para ir ao albergue. No local, há uma regra rígida contra o uso de álcool e drogas. Nestes casos, também é feito o acompanhamento com o Caps AD e o Consultório de Rua. “Muitas vezes acontece. A gente faz a abordagem, convida essa pessoa para ir ao albergue ou ir para a casa de algum familiar. Em alguns casos, não querem ir e a gente não tem como obrigar.”
Ao aceitar o convite, no entanto, há uma série de serviços oferecidos. Quando a pessoa está alcoolizada, segundo Priscila, é encaminhada ao Hospitalzinho para receber medicação e ficar sóbria. Já no albergue, cada pessoa é registrada em um sistema informatizado, importante para levantamento de dados. “Depois da triagem da entrada, eles vão para um banho, são disponibilizados toalhas, itens de higiene, um banho quentinho. Depois é oferecida uma refeição feita com muito carinho pelas nossas cozinheiras”, ressaltou. O cardápio, assim como nos demais serviços da Prefeitura, é elaborado por nutricionistas.
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Ainda é realizado no local um momento de atividades, com leitura, entretenimento ou apenas de convivência entre os albergados. Também há acompanhamento de uma assistente social. “Eles dormem bem cedo, antes das 22 horas já estão todos dormindo”, comentou Priscila. Na manhã seguinte, antes de deixar o albergue, cada um ainda recebe um café da manhã reforçado.
A capacidade da estrutura hoje é para cerca de 50 pessoas, mas a média de procura fica em torno de 30 a 40 albergados. Há sempre colchões extras, no entanto, para situações de lotação. No inverno, a procura aumenta. Conforme a diretora, é importante ressaltar que o local “é uma casa de passagem, para pessoas em situação de vulnerabilidade no momento”, e não uma moradia fixa.
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As praças da cidade são alguns dos lugares mais procurados pelas pessoas em situação de rua para passar a noite. Conforme Priscila Froemming, a comunidade pode acionar a Prefeitura caso perceba a presença dessas pessoas, já que a equipe circula pela cidade acompanhada da Guarda Municipal, mas não tem condições de acompanhar todos os locais. “É interessante a comunidade encaminhar essas demandas”, ressaltou. O telefone para contato é o 153.
Colaborou o jornalista Ronaldo Falkenback.
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