Há livros cuja leitura se impõe quase como um compromisso ético e moral, algo da justiça para com a humanidade que tanto enaltecemos e defendemos. E não há dúvida de que Auschwitz e depois, da francesa Charlotte Delbo (1913-1985), se inclui nessa categoria. Ainda mais que finalmente se preenche no mercado editorial brasileiro uma lacuna que durava décadas, e que a Carambaia soluciona. A obra, em edição de luxo, com capa dura, já está à venda, a R$ 119,90, valor mais do que justificado diante da solidez do volume de 464 páginas, em tradução de Monica Stahel.
Por que ler Charlotte Delbo é tão relevante? Porque ela foi sobrevivente de uma das maiores tragédias da história, impetrada pelos nazistas, naquilo que se convencionou chamar de Holocausto. Já se tinha a obra testemunhal e de memória de autores como Elie Wiesel, Imre Kertész, Robert Antelme, Jorge Semprun, Primo Levi, entre tantos, tantos outros. E também de mulheres, como Ida Fink, Janina Bauman, Anne Frank. Todos sentiram na carne e na alma o que era ser levado para campos de concentração ou de extermínio.
Charlotte foi presa em março de 1942, aos 29 anos, como membro da Resistência francesa (a exemplo de Semprun e Antelme), ao lado do seu marido, Georges Dudach. A obra agora lançada reúne três livros: Nenhum de nós voltará, Um conhecimento inútil e Medida dos nossos dias. Neles, recorda de Auschwitz, de Ravensbrück, onde também esteve, e das marcas/cicatrizes que ficaram, desse tempo, para todo o sempre.
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