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Cestas para a história; o livro que conta a retomada do basquete em Santa Cruz

E1994, a Pitt/Corinthians, de Santa Cruz do Sul, inscreveu o seu nome na história do esporte brasileiro, mais especificamente no panteão do basquete, como a primeira, e até hoje única, equipe gaúcha a conquistar o título nacional no principal certame da modalidade. Essa história foi contada em detalhes, em 2019, pelo jornalista gaúcho Guilherme Mazui Roesler, 35 anos, no livro Corinthians do Ary Vidal, lançado pela Editora Gazeta. A obra, comemorativa dos 25 anos desde a conquista memorável, surgia num período em que o basquete havia mergulhado num longo intervalo em que clubes locais não haviam obtido maior projeção, algo pelo qual lamentava toda a comunidade, e com evidente ansiedade por um efetivo retorno.

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Mas agora Mazui volta à cena com novo livro. E esse volume, o segundo de sua autoria, cristaliza justamente o ressurgimento do basquete em Santa Cruz, com uma nova geração assumindo as responsabilidades, conquistando títulos e firmando seu nome perante o País. A obra 7 mil dias: a volta do basquete de Santa Cruz do Sul à elite do basquete, em edição independente, narra, em 196 páginas, a saga de um grupo que, inspirado nas glórias do passado e na superação do elenco liderado pelo inesquecível Ary Vidal, na década de 1990, retoma protagonismo.

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Vidal, o grande maestro da conquista nacional de 1994, já se despediu da vida: faleceu há mais de uma década, em 28 de janeiro de 2010, no Rio de Janeiro. Muitos dos atletas e da equipe técnica que com ele conviveram nos áureos tempos da Pitt/Corinthians sempre alimentaram o sonho de devolver competitividade ao clube local. Foi um dos jogadores que atuaram com Vidal que tomou a frente nesse processo: o hoje técnico Athos Calderaro, que, com o aval do diretor de basquete do clube, Diego Puntel, e dos demais membros do staff dirigente, montou um plantel competitivo.

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Mesclando nomes experientes com pratas da casa, Athos liderou o hoje União Corinthians (da fusão entre os clubes sociais Corinthians e União) para a conquista do título do Brasileirão da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), em 2021. Depois de quase três décadas, uma equipe santa-cruzense erguia novamente um troféu nacional. Foi também a credencial para que, no ano seguinte, o União Corinthians voltasse a certame de elite no País, o Novo Basquete Brasil (NBB), competição que disputa, na atualidade, pelo segundo ano consecutivo.

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Toda essa história de retomada, de superação, de volta por cima, se é plenamente conhecida pela comunidade regional, merecia um segundo tempo na narrativa em relação ao livro anterior, o da era Ary Vidal. Com tal propósito, e entusiasmado diante das façanhas recentes do clube, que Mazui atualizou as suas pesquisas, direcionadas à cidade com a qual tanto se identifica. Afinal, ainda adolescente, Guilherme se via fascinado com a jornada vitoriosa da Pitt/Corinthians. Natural de Santa Maria, veio residir com a família em Santa Cruz, e aqui, enquanto cursava Comunicação Social – Jornalismo, na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), testemunhava o quanto o basquete pulsava forte no imaginário da população.
Mazui ingressou no jornalismo na Redação da Gazeta do Sul, na qual chegou a atuar junto à editoria de Esportes, e depois se transferiu para a Zero Hora. Há uma década cobre os bastidores da política e o noticiário a partir de Brasília, e desde 2017 faz parte da equipe do portal de notícias G1 e da TV Globo. A distância em relação a Santa Cruz do Sul em nada o impediu de mergulhar na atualização das pesquisas e nas entrevistas para compor o segundo volume dedicado às conquistas do basquete santa-cruzense.

Em texto fluente, de leitura muito agradável e com apuração segura de dados e fatos, Mazui brinda os leitores, os que amam basquete ou os que se fascinam com jornadas inspiradoras, marcadas por vitórias e superação, com um relato emocionante. Se com Corinthians do Ary Vidal eternizou em livro o legado dos comandados do célebre técnico carioca, com 7 mil dias celebra o União Corinthians de Athos Calderaro, este que, fã e seguidor de Vidal, inscreve, ele próprio, seu nome na história.

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