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Cesta básica sobe R$ 28,62 em um ano em Santa Cruz

De fevereiro de 2020 a fevereiro de 2021, o custo dos 26 produtos pesquisados pela Gazeta do Sul nos supermercados santa-cruzenses registrou alta acumulada de 18,7%. Em um ano, o reajuste é de R$ 28,62, um peso a mais no custo de vida das famílias.

O acompanhamento de preços, iniciado há um ano, mostra que o conjunto de 26 produtos, entre gêneros alimentícios e de higiene e limpeza, acumulou alta acima dos índices da inflação oficial medida para o período. Metade dos itens (13) – em sua maioria, artigos de mercearia utilizados na alimentação básica das famílias – foram os que mais subiram.

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Na esteira de um preço que já era alto, o óleo de soja foi o produto que, de maneira disparada, mais subiu. A embalagem de 900 mililitros, em fevereiro do ano passado, custava R$ 4,21. Na pesquisa feita ontem, o mesmo produto era vendido por R$ 8,65 – alta de 105%.

O quilo do feijão-preto também sofreu grande variação. Há um ano, o valor do produto era de R$ 6,44. Agora o quilo do grão chega a custar R$ 11,46, em uma alta acumulada de 78%. Na dobradinha brasileira de feijão com arroz, a alta torna-se maior. O arroz tipo 1 custa hoje 55% a mais, sendo vendido, na marca pesquisada, por R$ 7,99 o quilo.

A economista Daniela Sandi comenta que desde 2019 o preço dos alimentos segue em alta no País. Ela integra a equipe do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Rio Grande do Sul e conta que, há dois anos, o reajuste médio dos alimentos ficou na casa dos 9%. Já no último ano, em algumas capitais brasileiras, a alta acumulada bate em 40%. “Vários fatores colaboraram para estas altas consecutivas. Dentre eles, podemos destacar a desvalorização do real diante do dólar e o aumento das exportações. A soja bateu recorde de venda no mercado internacional e o impacto vem no preço do óleo de cozinha”, justifica.

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Questões relacionadas ao clima e às safras também interferem. O Rio Grande do Sul passa pela segunda estiagem seguida e, por conta disto, o custo dos alimentos acaba sendo alterado, conforme avalia a economista. A pesquisa da Gazeta do Sul segue os parâmetros da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), que até março do ano passado realizava o levantamento semanalmente. No entanto, com a pandemia, a entidade suspendeu a pesquisa, descontinuando a série histórica.

CONAB

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Outro fator apontado pelo Dieese como crucial para a valorização e a alta dos produtos da cesta básica é a política federal de compra e regulação do mercado.

A economista Daniela Sandi revela que até 2016, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mantinha estoques de grãos, como o arroz e o feijão. Até aquela época, quando os valores subiam muito no mercado interno, por conta da alta procura ou supervalorização da moeda norte-americana, o governo intervinha, vendendo os estoques e forçando a redução de preços. “Atualmente os estoques da Conab estão muito baixos e não há possibilidade de realização deste tipo de negócio”, diz.

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Seguindo as tendências de alta e os problemas de logística e distribuição – recorrentes no mercado brasileiro –, o custo da cesta básica tende a permanecer alto, com pequenas baixas, mas nos mesmos patamares atuais.

No primeiro mês do ano, queda de 2,8%

Em janeiro deste ano, o conjunto de itens da cesta básica em Santa Cruz do Sul baixou de preço. No primeiro mês de 2021, o valor da compra de todos os 26 produtos era R$ 193,75. Já na pesquisa realizada ontem, o total medido nos supermercados do município foi de R$ 188,31 na média, o que representa redução de 2,8%.

Os produtos que mais contribuíram para essa retração nesse mês foram queijo muçarela, óleo de soja, dúzia de ovos vermelhos e biscoito doce. Café moído, macarrão, sabão em pó e arroz tipo 1 figuram no outro lado da gangorra de preços, somando alta no último mês.

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IMPORTANTE: Pesquisa feita entre 10h30 e meio-dia dessa segunda-feira, 9. Foram visitadas cinco lojas de redes de supermercados instaladas em Santa Cruz do Sul. Os preços verificados mensalmente correspondem às mesmas marcas e quantidades, seguindo a orientação da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).

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