Uma pesquisa realizada na Universidade Federal Fluminense (UFF) revelou que 86% das cédulas da moeda brasileira analisadas apresentaram vestígios de cocaína. As notas usadas como amostragem circulavam pelo estado do Rio de Janeiro, mas não se exclui a possibilidade de o dinheiro no Rio Grande do Sul também estar “contaminado”.
Segundo o Correio do Povo, uma das constatações da pesquisa é que a cocaína é largamente distribuída na sociedade – 1,4 tonelada da droga foi apreendida no RS de 2010 a 2014. O segundo ponto evidencia o comportamento dos usuários de drogas, que criaram o hábito de enrolar as notas de real para aspirar o entorpecente. Mário Souza, titular da 1ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico (DIN) do Denarc, diz que o comportamento dos usuários se assemelha em todos os lugares do mundo, o que indica que as cédulas de várias regiões podem ter traços de drogas. “Em geral, o usuário tem a mesma conduta. Se faz canudinho com dinheiro no Rio de Janeiro, aqui no Rio Grande do Sul também.”
Para o delegado, o fato de haver uma grande circulação de dinheiro em espécie no tráfico facilita a transmissão da sujeira entre as notas. O químico da UFF Ricardo Cassella, que orientou a tese de doutorado da pesquisadora Vanessa Gomes Kelly Almeida, diz que o estudo é preliminar e prefere não afirmar que o fenômeno ocorre em outras partes do país. O delegado Souza alerta que também é comum, nas apreensões de dinheiro de traficantes, haver cheiro de crack nas notas que são manuseadas no crime. As cédulas de valor maior são usadas no meio onde se consome cocaína, enquanto que as de menos valor são usuais entre craqueiros.
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