Sem perspectivas concretas sobre o início da recuperação do asfalto da ERS–400 e com o movimento cada vez maior de caminhões diante do escoamento da safra agrícola, a região Centro-Serra realizou um tapa-buracos emergencial com pó de brita nos piores trechos da rodovia na manhã de ontem. Com caminhões e máquinas cedidas por empresários e de prefeituras, durante a operação houve a colocação de aproximadamente 150 metros cúbicos de material em trajetos entre a localidade de Pitingal, no município de Passa Sete, e as proximidades do trevo de acesso de Sobradinho. O trabalho começou às 8h30 e se estendeu até perto do meio-dia.
Os usuários da ERS–400 acumulam prejuízos nos veículos e caminhões com as precárias condições da rodovia em diversos trechos. O presidente da Associação dos Caminhoneiros do Centro-Serra, Valdir Pappis, usa todas as noites a estrada para o transporte de leite de Arroio do Tigre para Estrela. Afirma que já teve que parar a viagem e voltar para uma oficina por causa de problemas no tirante do truque. Em outra ocasião seguiu lentamente o percurso por problema na mola dianteira, pois não havia peça disponível para o conserto no mesmo dia. Apenas para este reparo a despesa chegou a R$ 800,00.
Pappis afirma que os buracos na estrada provocam brechas nos pneus em praticamente cada viagem. “Isso quando não fura o pneu”, explica. Observa que nos dias de chuva o perigo aumenta ainda mais, pois fica difícil de visualizar os buracos. Ele reclama da falta de atenção do governo do Estado e até mesmo das empresas responsáveis, pois sequer dão explicações sobre as obras. “É um descaso total com nós aqui do Centro-Serra. A estrada nunca esteve tão má”, diz Pappis.
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O presidente da associação observa que no trecho entre Vila União e Candelária, na área da serra, há diversos desmoronamento que obstruem as canaletas desde o final do ano passado. Com isso, a água da chuva escoa pelo asfalto, provocando problemas na pavimentação. Além disso, as placas que a associação colocou em julho de 2013 com alertas sobre os perigos da rodovia estão cobertas pela vegetação.
Com transportadora de leite, o coordenador da Associação dos Caminhoneiros do Centro-Serra, Leandro Luiz Rech, também se queixa com o aumento das despesas provocadas pelas más condições da estrada. Além dos problemas com as molas e suspensão dos caminhões, Rech afirma que os gastos aumentaram muito com os pneus, pois se tornou praticamente impossível a sua recuperação diante da destruição da carcaça. Ele também critica a falta de comprometimento do governo. “Acho que esta novela com a estrada ainda vai longe, pois há muito blá, blá, blá”, ressalta.
O Daer firmou contrato em 2013 e em junho do ano passado chegou a ser dada a ordem de início das obras para a empresa Arcol Engenharia, com prazo de execução de seis meses, que venceu no dia 18 de dezembro. O custo dos serviços supera os R$ 6 milhões e contempla a ERS–400 entre Vila União e Sobradinho e a RSC–481, entre Cerro Branco e Novo Cabrais. No entanto, até agora não houve a realização do serviço.
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