Inaugurado em dezembro do ano passado, o Centro Integrado de Segurança e Cidadania de Santa Cruz do Sul tem facilitado o encaminhamento de assistência prestada a vítimas de violência no município. Balanço do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) sobre os seis primeiros meses de funcionamento da estrutura mostra que a integração dos serviços de proteção em um só prédio tem incentivado mulheres, idosos e crianças a procurarem ajuda para além do registro. O motivo da ampliação da assistência é a concentração de todos os serviços na mesma estrutura.
Conforme o balanço, de um semestre para o outro, o número de encaminhamentos do Conselho Tutelar aumentou 290%. Enquanto no segundo semestre do ano passado 44 tiveram sequência em serviços como o Centro de Atendimento Psicossocial da Infância e Adolescência (Capsia) e o o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), nos primeiros seis meses de 2017 o número saltou para 172. “O que a gente percebe é que o centro se tornou uma referência para as vítimas. Agora em um só lugar elas tem apoio da Brigada Militar e da Policia Civil e recebem o acompanhamento necessário de outros serviços. É mais resolutividade”, diz o secretário de Segurança, Defesa Civil e Esporte, Henrique Hermany.
Outro órgão que sente os reflexos da integração de serviços da rede de proteção é a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). Exemplo de sequência de encaminhamento, a Casa de Passagem, que durante todo 2016 acolheu 13 mulheres, já recebeu 11 de janeiro até agora. Os dados apresentados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher indicam que a assistência prestada em um único lugar estimula as vítimas a persistirem. “Antes as pessoas desistiam por causa da dispersão dos serviços. Agora a gente costuma dizer que, literalmente, pegamos as vítimas pela mão e as direcionamos aos profissionais capacitados para atendê-las”, diz a responsável pela Delegacia da Mulher, Lisandra de Castro de Carvalho.
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Os atendimentos no Escritório de Defesa dos Direitos da Mulher também cresceram. Foram 144 em 2016 e 115 somente no primeiro semestre deste ano. Lisandra acrescenta que a comunicação ampliada entre os órgãos qualifica o serviço prestado pela rede de apoio. “Em um caso de violência sexual envolvendo uma criança, por exemplo, ela imediatamente é retirada da companhia do agressor e encaminhada pelos conselheiros para que possamos ouvi-la. Nesse processo, tem-se evitado a chamada revitimização, que acontece quando a pessoa é ouvida várias vezes e revive o sofrimento.”
O Centro Integrado de Segurança abriga a 2ª Companhia da Brigada Militar, 2ª Delegacia de Polícia, canil da Brigada, Pelotão de Operações Especiais (POE), Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), Conselho Tutelar, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Escritório de Defesa dos Direitos da Mulher, Defesa Civil, Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e Guarda Municipal. O fica na Avenida Deputado Euclydes Kliemann.
Projetos
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Segundo Lisandra de Castro de Carvalho, a ampliação do espaço físico com a criação do centro possibilitou o desenvolvimento de novas ideias. Uma delas foi o Projeto Esperança. Voltada para parentes de dependentes químicos ou de álcool, a ação visa apoiar e orientar as pessoas que passam por esse tipo de problema com seus familiares. Os encontros do grupo acontecem todas as primeiras terças-feiras do mês no auditório do centro. Outra iniciativa lançada em maio foi o Núcleo de Mediação de Conflitos. O serviço atende vítimas de ocorrências enquadradas na Lei Maria da Penha por meio da mediação de diálogos, sem que seja necessário um processo criminal ou inquérito.
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