Mesmo com a pandemia, a Prefeitura de Santa Cruz do Sul mantém o serviço da Central de Libras. O trabalho, implantado em dezembro de 2017, visa proporcionar amplo acesso aos serviços públicos para deficientes auditivos. Embora a demanda tenha sofrido uma queda acentuada nos últimos quatro meses, a necessidade das pessoas com deficiência auditiva nesse período é até maior.
Devido ao uso das máscaras de proteção, elas não contam com o apoio da leitura labial, conforme explica a auxiliar de loja Ana Clara Correa Barbosa, 28 anos, usuária de carteirinha da central. “Sem leitura labial fica complicado e, por isso, acabo usando mais ainda o serviço”, contou.
Na semana passada, acompanhada da mãe, dona Eva, e da intérprete de Libras Francine Beatriz da Silva, Ana Clara levou seu bebê, que completou 30 dias, para uma consulta de avaliação no Posto Figueira. Durante todo o pré-natal ela foi assistida por Francine. Desde o ano passado, quando veio com a família de Cachoeira do Sul para residir em Santa Cruz, ela já utilizava o serviço, principalmente para atendimentos na área da saúde pública. Ela tem também um filho de 4 anos, que é autista e precisa de acompanhamento constante.
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Em comparação com o ano passado, de março até agora, a redução nos serviços da central chega a 80%. No terceiro mês deste ano foram seis atendimentos e no ano passado, 29. Nos demais meses, a diferença continuou expressiva: em abril foram 44 em 2019 e apenas nove em 2020; em maio último foram somente nove e, no mesmo mês do ano passado, 35. Em junho último, dez, e no ano anterior, 35. Já neste mês, até a semana passada foram contabilizados quatro atendimentos, contra 23 realizados em 2019. Para Francine, essa diminuição acontece porque muitos estão esperando a pandemia passar.
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Serviço auxilia em demandas com atendimento limitado
Além de acompanhar presencialmente o usuário, a intérprete de Libras Francine Beatriz da Silva auxilia na resolução de questões burocráticas. Ela chama a atenção para o fato de que muitos serviços não dispõem de um canal de atendimento via WhatsApp para que deficientes auditivos possam expor suas dificuldades. “Eles também não têm como ligar para um 0800, então eu auxilio. Problemas no serviço de telefonia ou de internet, por exemplo, posso intermediar”, explicou.
A maior procura pela Central de Libras ao longo do ano, segundo Francine, é de mulheres na faixa dos 30 a 50 anos, que buscam acompanhamento para serviços na área da saúde. Em Santa Cruz do Sul, segundo o Censo do IBGE 2010, existe um contingente de cerca de 1,9 mil pessoas – cerca de 300 com surdez e outras 1,6 mil com grande perda auditiva.
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A Prefeitura de Santa Cruz do Sul é uma das poucas do Estado a possuir em sua estrutura uma Central de Libras, regulamentada em decreto pelo prefeito Telmo Kirst. O acompanhamento da intérprete de Libras é solicitado para os mais diversos fins, desde entrevistas de emprego, casamento civil, até realização de consultas e exames, entre outros. Para solicitar atendimento, enquanto durar a pandemia, a comunidade deve entrar em contato pelos seguintes canais de atendimento: libras@santacruz.rs.gov. br (e-mail e skype) e pelo telefone 99683 1984 (WhatsApp).
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