O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou nessa segunda-feira, 1º, o Censo 2022. A pesquisa terá um orçamento de R$ 2,3 bilhões. Os recenseadores terão dois tipos de questionários: 90% da população responderá ao básico, com 26 quesitos, que leva cerca de cinco minutos para ser preenchido. O restante dos domicílios, que será escolhido por amostragem de um em cada dez imóveis visitados, irá responder ao questionário ampliado com 77 itens, que exigem cerca de 15 minutos.
O cidadão terá um telefone de ligação gratuita para tirar dúvidas sobre o serviço, pelo número 0800 721 8181. O canal serve para atender quem preferir responder ao Censo através da internet. Mediante autorização, o questionário poderá ser respondido via telefone.
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O chefe da agência do IBGE em Santa Cruz, Luiz Eduardo Braga, ressalta que não é necessário que todos os componentes da família estejam em casa na hora da visita do recenseador. Porém, a pessoa que vai responder às questões deve saber pelo menos a data de nascimento dos moradores do domicílio.
É importante também saber identificar os recenseadores. Braga ressalta que nenhum documento é solicitado na hora da pesquisa. “O recenseador, além de seu colete e do boné, também tem o Dispositivo Móvel de Coleta (DMC). Ele é semelhante a um aparelho celular, que tem a capinha azul do IBGE. Qualquer cidadão pode conferir a identidade do recenseador através do seu nome, de sua matrícula que está no crachá. Existe ainda um QR Code no crachá que direciona para a página www.respondendo.ibge.gov.br para fazer a identificação do recenseador”, esclareceu.
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Sobre a pesquisa
O estudo irá traçar o perfil das famílias brasileiras e será desenvolvido nos 5.570 municípios. A expectativa do IBGE é de que os recenseadores visitem mais de 75 milhões de domicílios até outubro. A população brasileira atual está estimada em 215 milhões de habitantes. No Censo mais recente, em 2010, o IBGE contabilizou uma população de 190.755.799 brasileiros. O Rio Grande do Sul somava, na época, 10.639.929 habitantes.
O chefe da agência do IBGE explica que, entre junho e julho, o IBGE apurou características da área urbana dos municípios, como calçamentos, iluminação pública, o número de bocas de lobo, rampas para cadeirantes, paradas de ônibus, entre outros. Esse trabalho foi executado em todo o País e permite traçar um perfil das condições de infraestrutura de cada localidade.
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Desta vez, o objetivo do estudo é conhecer o cidadão e os aspectos socioeconômicos. Segundo ele, os primeiros bairros a receber a pesquisa estão no entorno do Centro, como o Universitário, Santo Inácio e Higienópolis, e também na Zona Sul, como o Bom Jesus, Viver Bem e Santa Vitória. “Agora serão apuradas as características do esgotamento sanitário, recolhimento de lixo, deslocamento para o trabalho e estudos, e a mortalidade. O Censo ainda irá verificar se todos os moradores do domicílio têm certidão de nascimento, e também um aspecto extremamente importante, a questão da fecundidade”, ressalta o chefe da agência local do IBGE.
A pesquisa normalmente ocorre de dez em dez anos e deveria ter sido feita em 2020, mas a pandemia de Covid-19 adiou a realização para este ano.
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Vagas
Os trabalhadores do Censo 2022 passaram por uma série de treinamentos. Em alguns municípios, o IBGE enfrentou falta de pessoas para o trabalho. Até essa segunda-feira, ainda era possível se candidatar em um cadastro adicional para atuar nas cidades de Vale do Sol, Mato Leitão, Encruzilhada, Vera Cruz e Rio Pardo. A coleta de informações será realizada até outubro, e as visitas podem ocorrer inclusive nos finais de semana e feriados.
Resultados ajudam a definir políticas de apoio à população
Docente, pesquisadora e orientadora do Curso de Graduação em Geografia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a doutora Virginia Etges frisa que a realização do Censo de forma periódica é fundamental para vários campos do conhecimento científico, que se valem dos resultados para a realização de levantamento de dados, análises de processos históricos e prognósticos. “No campo da saúde, da habitação, no acesso à educação, esses dados vão subsidiar políticas públicas nos setores dos governos que cuidam da formulação e implementação dessas políticas públicas. Também serão base para realização de pesquisas em várias áreas do saber”, disse.
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Processos importantes da sociedade, como análises econômicas sobre projeção e comportamentos de consumidores e migrações populacionais, por exemplo, poderão ser analisados através dos dados que os recenseadores vão coletar em todos os domicílios do País. “O próprio processo de migrações, o esvaziamento maior de alguns territórios e aglomerações maiores em outra áreas, implica em novas políticas públicas, ou então processos de desconcentração de população. A gente observa isso em grandes metrópoles nas últimas duas décadas”, afirma a pesquisadora.
Indígenas e quilombolas
Segundo o IBGE, será a primeira vez que o Censo irá ouvir e contabilizar as populações indígenas e quilombolas. A docente da Unisc frisa que isso é de suma importância na questão do respeito com esses povos, e para conhecer características e necessidades, mas vê com ressalvas como os dados sobre essas populações serão usados.
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“Acho que o problema maior é a forma como os dados são interpretados. Fala-se em pobreza no Brasil. Uma coisa é pobreza das periferias e grandes metrópoles, onde as pessoas não têm emprego, não têm de onde tirar a comida. Outra coisa é quando se iguala povos indígenas ou populações ribeirinhas da Amazônia como pobres. Porque no levantamento de dados eles não aparecem com uma renda média, sobretudo porque não estão no circuito da reprodução do capital. Na minha visão, as populações indígenas e ribeirinhas da Amazônia têm um modo de vida próprio e precisam ser compreendidas, e para isso os dados deveriam ser levantados de forma adequada, não a partir de um formulário geral para a população toda”, analisa.
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