Nem o risco de acidentes, nem a multa intimidam motoristas que insistem em dirigir falando ao celular em Santa Cruz do Sul. Bastou a Gazeta do Sul observar o trânsito durante uma hora, junto aos principais cruzamentos do Centro, para flagrar cinco infrações dessa natureza. A média é de um condutor falando ao celular a cada 12 minutos.
As estatísticas indicam o perigo do celular ao volante. Conforme balanço do seguro DPVAT, pago em caso de morte ou invalidez, são registrados cerca de 1,3 milhão de acidentes por ano relacionados ao uso do aparelho. Além disso, 80% dos motoristas admitem que utilizam o celular ou outras tecnologias que geram distração. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram aplicadas 10.824 multas no Brasil, neste ano, por causa dessa infração. Pesquisas internacionais também alertam para os riscos. De acordo com estudo feito pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos, essa prática pode ampliar em até 400% as chances de acidentes.
“O número de acidentes graves é elevado em função do celular. Ele tira o foco do trânsito. Mesmo como fone, a atenção é desviada. O acesso a redes sociais é pior ainda, já que o motorista irá escrever e olhar para a tela”, observa a diretora-geral do CFC Real, de Santa Cruz, Adriana Weiss. Ela frisa que, a partir de 5 de novembro, usar o celular na direção deixará de ser infração média e passará a ser gravíssima. O valor da multa passará de R$ 85,13 para R$ 293,47. “Dói no bolso, mas será benéfico para a sociedade”, aponta.
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Para conscientizar os motoristas, a PRF e o Observatório Nacional de Segurança Viária lançaram em julho uma campanha intitulada #DesConecta – Trânsito On. Celular Off. Uma atitude também necessária em Santa Cruz do Sul.
Um em cada quatro motoristas dirige após beber
Um em cada quatro motoristas do Brasil admite dirigir após consumir bebida alcoólica. Esse foi o resultado do levantamento sobre comportamento de risco no trânsito, encomendado pela Arteris – companhia concessionária de rodovias como a Fernão Dias e a Régis Bittencourt –, com condutores de todo o País.
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De acordo com a pesquisa, 26% afirmam que dirigem mesmo estando alcoolizados. A incidência é maior entre homens, com índice de 30,7%, enquanto 18,3% das mulheres admitem beber e dirigir. No recorte por idade, o grupo que mais preocupa é o de até 45 anos, com 28,5%.
“Há muitos anos se sabe que existe relação entre o uso de bebida alcoólica e acidentes de trânsito”, diz o gerente de operações da Arteris, Elvis Granzotti. “E considerando que esses são os que admitem, o número de pessoas que dirigem alcoolizadas pode ser ainda maior.”
Para a pesquisa, realizada pela Limite Consultoria e Pesquisa, foram entrevistadas 1.030 pessoas de todo o País. De acordo com a Arteris, as informações retratam a distribuição no território nacional de motoristas habilitados, que dirigem em rodovias, vias urbanas ou rurais. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais.
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Insegurança preocupa brasileiros
O estudo também mostra que uma a cada cinco pessoas tem histórico de morte no trânsito na família. Para 68,9% dos entrevistados, o trânsito brasileiro é perigoso. Segundo o levantamento, 51,8% dos brasileiros usam celular ao volante, prática que aumenta risco de acidentes. Entre as mulheres, 20% se maquiam enquanto dirigem.
A maioria dos entrevistados, no entanto, acredita dirigir com segurança. Ao todo, 60,5% afirmam que sempre respeitam as leis de trânsito. Desse grupo, aproximadamente 30% receberam alguma multa nos últimos 12 meses.
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