O ritual em família para saudar a entrada de 2021 irá pesar no orçamento doméstico. Na média geral, os produtos mais procurados para a ceia de réveillon estão 37% mais caros neste ano, na comparação com o mesmo período de 2019. Entre os itens que mais subiram de preço estão o pernil suíno, a uva Rubi e o quilo da lentilha.
Pelo segundo ano consecutivo, a Gazeta do Sul pesquisou os preços dos produtos mais utilizados no cardápio tradicional da ceia da virada. O comparativo revela que houve reajuste de preços em todos os itens. Fazer a sopa de lentilha e saborear um assado de pernil suíno em meio às frutas tradicionais – caso da uva, que, segundo a crença popular, atrai prosperidade – está bem mais caro.
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O maior reajuste ficou com um dos ingredientes principais: o pernil suíno. No ano passado, o preço médio do corte resfriado, que é versátil e pode ser usado tanto para o churrasco quanto assado no forno, custava R$ 12,90. Na pesquisa feita nessa segunda-feira, 28, o valor médio subiu para R$ 21,94 – alta de 70% na comparação direta.
Outro item que subiu muito de um ano para o outro é o quilo da uva Rubi. Em 2019, ela era vendida pelo preço médio de R$ 10,42. Em dezembro deste ano, o produto, que está em falta em alguns supermercados, é comercializado a R$ 17,43 na média: reajuste também na casa dos 67%.
Outra grande variação é percebida no pacote de meio quilo de lentilha. No ano passado, o valor médio era de R$ 4,74. Já neste ano, o preço está na faixa dos R$ 6,13 – alta de 29%.
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O caso da lentilha também chama atenção para a necessidade de pesquisar preços. O valor do grão oscila muito entre os supermercados. Nessa segunda, o preço mais baixo encontrado pela Gazeta era de R$ 3,87, enquanto o mais caro, para a mesma marca e quantidade, era R$ 8,39: variação de 117%. A lentilha, que carrega consigo toda a tradição de fartura, acaba sendo um dos produtos que mais oscilam de preços em Santa Cruz.
Os menores reajustes de preço foram dos espumantes, melancia e pêssego em calda. Este último, na comparação entre dezembro de 2019 e de 2020, foi o que menos subiu. A lata com metades era vendida por R$ 6,39; já o preço mínimo da mesma marca, neste ano, é de R$ 6,69.
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A garrafa de espumante, de marca nacional, também ficou mais cara. O preço médio encontrado neste ano está 17% maior do que em 2019. Já o quilo da melancia está 33% mais caro, vendido, em média, pelo valor de R$ 1,64.
Preço mais alto não afasta consumidores
Nesse Natal, os supermercados do Estado faturaram 9% a mais do que na comparação com o ano passado. O levantamento é da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).
A explicação, segundo o presidente da entidade, Antônio Cesar Longo, tem a ver com a pandemia. Com menos convidados, foram realizadas mais ceias neste ano. “Um grupo que passava o Natal entre 15 pessoas e adquiria uma única ave para a ceia, neste ano, dividiu-se e comprou mais de uma ave – sobretudo as mais baratas. Além disso, com menos pessoas na ceia, o consumidor muitas vezes permitiu-se adquirir produtos de maior valor agregado, já que esses itens foram consumidos em quantidades menores”, avaliou o dirigente. O mesmo índice de aumento de vendas – 9% – é esperado pela Agas para as vendas das festividades de virada de ano.
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