Em todos os segmentos da vida vivenciamos avanços incríveis todos os dias. Doenças raras e novas são enfrentadas (e vencidas) pelo talento de cientistas e profissionais de saúde. Distâncias são reduzidas com o emprego da tecnologia, fenômeno importante ao longo da pandemia. Exemplos se multiplicam, mas o complicador – sempre! – é o fator humano. Para o bem e para o mal.
Durante os dois últimos anos, onde a Covid-19 pautou as nossas vidas, alunos de todos os níveis sofreram prejuízos irrecuperáveis. Mesmo com aulas virtuais ministradas com todo esforço do corpo docente, a ausência do contato com professores, colegas e funcionários das escolas comprometerá o desenvolvimento social, indispensável na formação humana. É um fenômeno que ficará na história da humanidade com desdobramentos imprevisíveis.
A pandemia, entre tantas transformações, impôs uma revolução que foi antecipada por antigos filmes e animações de ficção, considerados devaneios. Um deles, dos tempos da minha infância na colônia, foi Os Jetsons. A trama, ambientada num mundo futurista, mostrava carros voadores, robôs domésticos e cenas consideradas utópicas à época de sua exibição.
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Hoje, os aplicativos – ferramentas onipresentes com a popularização dos celulares – dispensam visita às agências bancárias e lojas. Transações financeiras e compras são feitas a qualquer momento, em todo lugar. Basta digitar na tela para que, em algumas horas, a encomenda seja entregue em casa, com toda a comodidade.
As facilidades, no entanto, esbarram na imperfeição humana, sempre ela. A mesma tecnologia que aproximou amigos, familiares e colegas é arma na aplicação de golpes que ocupam manchetes diárias. A “criatividade para o mal” – como dizia minha avó – parece inesgotável. Chegamos ao ponto de duvidar até mesmo da voz do filho ou amigo quando recebemos uma ligação, fato, por sinal, cada vez mais raro.
O comportamento humano é uma eterna incógnita. Especialmente no Brasil, este país tão desigual, radicalizado e belicoso, é sempre fator a ser considerado com peso expressivo. Ideias brilhantes, defendidas com entusiasmo e vigor, são combatidas com altas doses de ódio quando se trata de iniciativa de algum adversário ou desafeto.
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A pandemia agravou inúmeros problemas que o país enfrenta há décadas. A rivalidade que as redes sociais exibem – e turbinam – todos os dias ficará ainda mais exacerbada com a proximidade das eleições de outubro. Isso é fácil de prever. Ao invés de servir de instrumentos de construção, os avanços tecnológicos serão armas de destruição de biografias, reputações e boas ideias. A cegueira da radicalização não terá vencedores. Isso não é inédito. Afinal, nem sequer na pandemia conseguimos unir o Brasil.
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