O Ceará vai pedir abertura de investigação sobre crime de injúria racial contra o zagueiro argentino Victor Cuesta, do Internacional. O clube solicitará a investigação junto à Polícia Civil com base no depoimento do atacante do Ceará, Elton, que disse que Cuesta o chamou por mais de uma vez de “macaco” na vitória do time gaúcho sobre o Ceará por 2 a 0, na terça, na Arena Castelão, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
“Tivemos uma reunião com o nosso atleta. Ouvimos todo o relato dele. Entraremos também com uma representação em relação à arbitragem, que não mencionou na súmula da partida o fato ocorrido. Colhemos elementos para poder inaugurar essa investigação criminal. O fato é que o Ceará jamais compactuaria com algo tão grotesco. É inimaginável que, nos dias de hoje, isso ainda aconteça. A ofensa à honra e à dignidade é gravíssima Não podemos tolerar isso”, disse o diretor jurídico do Ceará, o advogado Ernando Uchôa.
No Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Roubos e Furtos, Elton Rodrigues Brandão denuncia que Victor Cuesta o chamou de “macaco” repetidas vezes. O declarante disse que “a cena preconceituosa foi presenciada por vários jogadores que se encontravam no entorno do local da ofensa, inclusive alguns atletas ao perceberem a situação grave trataram de separar o declarante de seu ofensor”.
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No Boletim, Elton declara ainda que outro jogador do Ceará sofreu preconceito racial pelo zagueiro Cuesta. “Que teve conhecimento que seu colega de equipe, apelidado de Cafu, informou após o jogo que havia sido ofendido pelo mesmo Victor Cuesta, durante a partida, por duas vezes com as palavras ‘preto de merda'”.
No final da queixa, Elton destaca que “a situação trata-se de clara injúria racial e o declarante deseja que o fato criminoso seja investigado e seu ofensor condenado nos termos da lei”.
Cuesta nega que tenha sido racista contra os jogadores do Ceará, através do vice-presidente de futebol do Internacional, Roberto Melo. “A gente conversou com o Cuesta e ele disse que não falou nada neste sentido. Os dois discutiram. O Cuesta tem uma carreira longa e nunca teve alguma questão envolvendo esse tipo de coisa. O que o nosso jogador nos passou é que não falou. Eles discutiram. Mas, o termo que está sendo colocado, ele disse que não usou”, afirmou Roberto Melo.
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