Interpretar os acontecimentos políticos e os números eleitorais finais com razoável precisão exige tempo, cuidados e isenção, principalmente emocional.
Particularmente, as eleições municipais se caracterizam como as mais complexas. De interpretação e compreensão mais delicada do que as eleições estaduais e federais. Afinal, exigem um exame urna a urna, bairro a bairro, distrito a distrito, candidato a candidato.
A complexidade das microrrelações pessoais e grupais, a proximidade entre residentes e candidatos, combinado com uma lista de demandas locais, favorece o surgimento organizado de insatisfações e inconformidades.
Publicidade
A popularização do aplicativo WhatsApp promove e acelera a troca de informações em geral. Com um detalhe importante: cresceu muito o número de “grupos de conversa” de condomínios, bairros, associações, clubes e locais de trabalho.
Para além do que já tínhamos em troca de informações, provocações, números de pesquisas (falsos e verdadeiros), agregou-se a articulação e a mobilização político-eleitoral por demanda, por comunhão de interesses/afinidades e por local de moradia.
Os “grupos de conversa” são praticamente incalculáveis em número e qualidade de ação e reação. Quase imensuráveis em sua importância e consequência.
Publicidade
De modo que mais difícil se torna a tarefa de identificar as motivações e razões que possam ter contribuído para determinados resultados, entre os bem-sucedidos e os desastrosos.
***
Pesquisas
Regra geral, as pesquisas pré-eleitorais prejudicam fatalmente os candidatos a prefeito, quando iniciam em larga desvantagem, pois perdem paulatina e definitivamente o apoio dos seus candidatos a vereador. Estes compreensivelmente preocupados com a sua própria perspectiva eleitoral. Logo, as pesquisas influenciam o desdobramento da campanha eleitoral. Não é correto. Não é justo!
***
Interpretação livre
Felipe Gonzalez, ex-primeiro-ministro da Espanha, disse certa feita: “Raras vezes as coisas ocorrem pela primeira vez, ainda que assim seja a experiência pessoal de muitas pessoas. Por isso há tantos governos ‘adãonistas’, que creem que tudo o que fazem, ou o que lhes passa, é a primeira vez que ocorre.
Publicidade
Isso os leva a pensar que estão criando sempre, ex-novo, que estão reinventando a ‘res publica’, até que caia em cima deles o peso da história, com suas constantes sociais e seu próprio ritmo, com suas idas e vindas inevitáveis”
LEIA MAIS COLUNAS DE ASTOR WARTCHOW
Publicidade
This website uses cookies.