O clima é de apreensão entre os trabalhadores da Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat) que trabalham na Usina Municipal de Triagem de Resíduos Sólidos Urbanos. Isso porque, segundo os profissionais, há a possibilidade de mudança na gestão da usina e a concessão do serviço para uma empresa privada, o que poderia gerar perda de trabalho e renda para dezenas de catadores.
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Além disso, conforme um dos coordenadores da Coomcat, Uilian Mendes, uma proposta de linha de triagem no valor de R$ 1,5 milhão foi encaminhada à Prefeitura, mas a cooperativa ainda não obteve retorno. “Temos um pavilhão licenciado para isso. Mas a proposta foi entregue em 2021, o Município disse que iria avaliar e até hoje não houve resposta. Consideramos absurdo trazer uma empresa para prestar um serviço por 20 anos”, salienta Mendes.
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Ângela Maria Nunes, coordenadora do espaço de produção e uma das fundadoras da cooperativa, conta que todos os dias os colegas perguntam se vai ocorrer o fechamento. “Eles estão com medo. Aqui há pessoas que sustentam famílias, mulheres guerreiras que trabalham e vivem disso.” Conforme ela, o que causa a apreensão é que não há definição. “São mais de 50 catadores, precisamos de uma resposta do governo. A cooperativa existe há mais de dez anos, é uma referência no Rio Grande do Sul”, diz. “Queremos saber o que vai acontecer conosco, para podermos nos preparar. Somos uma cooperativa organizada.”
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Em nota oficial divulgada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, o titular da pasta, Jaques Eisenberger, esclarece que está elaborando um projeto para ampliar significativamente a coleta seletiva de resíduos para todo o município. “Atualmente, apenas 15 bairros são atendidos. Dessa forma, do volume total possível para reciclagem, hoje apenas 12% passa por esse processo. A meta, a curto e médio prazo, é ampliar o serviço de coleta seletiva para os 36 bairros, alcançando um percentual de reciclagem bem superior ao atual”, diz.
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No comunicado, Eisenberger salienta ainda que o projeto está em fase de análise e, assim que for concluído e aprovado pela administração municipal, será apresentado à imprensa e debatido com a sociedade e a Coomcat.
De acordo com o secretário, além dos necessários avanços ambientais, a questão social está sendo tratada com atenção. “A ideia de ampliar e modernizar a coleta seletiva poderá permitir aos integrantes da Coomcat que o volume de resíduos recicláveis da coleta seja maior, sem a necessidade de realizar o trabalho de separação do lixo na esteira da usina de transbordo. Ou seja, poderá significar menos insalubridade e maior renda a partir da seleção dos resíduos secos em maior quantidade.”
Ele finaliza a nota afirmando que o estudo e a execução em torno do projeto representam um município mais limpo e sustentável, além de possibilitar ganhos sociais e econômicos à comunidade e aos trabalhadores, “reconhecendo o fundamental trabalho que os catadores e recicladores realizam há décadas no município”.
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