Passados mais de quatro anos, seguem na esfera judiciária os desdobramentos da ofensiva considerada a maior da história contra o tráfico de drogas no Vale do Rio Pardo. A Operação Cúpula, deflagrada pela Delegacia de Polícia de Vera Cruz em 18 de janeiro de 2019, mirou três dos homens apontados pelas forças de segurança como líderes da facção Os Manos na região: Chapolin, Toquinho e Cássio Alves.
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Os dois primeiros já cumpriam pena por condenações em casas prisionais. Cássio, que foi o principal alvo da operação, terminou preso em um triplex de luxo avaliado em R$ 1 milhão no Bairro Avenida. Ele prestou depoimento por videoconferência na última quarta-feira. Ao ser interrogado pela juíza Fernanda Rezende Spenner, o réu, que está detido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), permaneceu em silêncio por orientação da defesa.
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Ao todo, 20 pessoas foram indiciadas na investigação e denunciadas por crimes como tráfico de drogas e associação para o tráfico. O processo foi dividido em três partes. Na peça-base estão 14 réus, incluindo Cássio. Destes, 11 prestaram depoimento na última quarta-feira, presencialmente no Fórum de Vera Cruz ou virtualmente.
Os oito homens e as três mulheres negaram envolvimento nos crimes ou usaram o direito de ficar em silêncio. Uma nova data será agendada pela Vara Judicial de Vera Cruz para interrogar os três réus restantes e ouvir uma testemunha que faltou. Depois disso, a instrução será encerrada e o processo irá para a fase de memoriais e posteriores condenações.
O processo da Operação Cúpula tem 20 volumes e mais de 2,5 mil páginas. Uma primeira audiência ocorreu em 1o de novembro de 2019, no Fórum de Vera Cruz. Foram ouvidos o delegado Paulo César Schirrmann, quatro policiais civis de Vera Cruz e de Santa Cruz que atuaram nas investigações e nas prisões e três testemunhas. A condução do processo ficou a cargo da juíza Fernanda Rezende Spenner.
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A promotora Maria Fernanda Cassol Moreira, autora da denúncia, representa o Ministério Público. Durante a instrução, a defesa de Cássio Alves contestou e pediu a nulidade das interceptações telefônicas. A alegação seria de que houve problemas técnicos nas escutas. A defesa apresentou perícia de um perito particular. Com base nisso, a juíza solicitou a realização de uma análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
O material retornou sem nenhuma nulidade oficializada pela Justiça. Além do processo principal, houve duas cisões. Uma foi feita para quatro outros réus, três homens e uma mulher. Dessa parte a instrução processual foi encerrada na última terça-feira, abrindo prazo para a defesa e a acusação apresentarem memoriais.
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Em outra cisão – a única parte do processo já oficialmente encerrada – responderam Antônio Marco Braga Campos, o Chapolin, de 40 anos, que cumpre pena de 86 anos na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte; e Cláudio Mendes Pacheco, o Toquinho, de 44 anos, hoje preso na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas.
Chapolin foi absolvido de todas as acusações no caso da Cúpula. Não foi possível comprovar sua participação, nessa investigação, como líder do grupo criminoso. Já Toquinho teve sua participação comprovada nos crimes. Ele terminou condenado a dez anos, quatro meses e sete dias por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
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