A confirmação de 20 casos de dengue, dois deles contraídos dentro do território gaúcho, aumentou a preocupação do governo do Estado em combater o mosquito transmissor da doença. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado nessa sexta-feira, em apenas uma semana foram cinco casos novos. Como o vetor da doença é o mesmo que transmite o zika, vírus que se espalha rapidamente pelo Brasil, e da febre chikungunya, a Secretaria Estadual de Saúde reforça a importância de enfrentar o Aedes aegypti.
Uma das ações programadas pelo governo é o Dia D, dia 13 de fevereiro. “Serão cerca de 60 mil pessoas que farão desde a visita a domicílios – passando orientações e verificando locais com água parada, que é onde o mosquito se reproduz – até um mutirão de limpeza de áreas públicas e tratamento de resíduos”, explicou o secretário de Saúde, João Gabbardo. Ele pediu ainda que os municípios coloquem à disposição toda a estrutura de servidores e maquinário. O Exército Brasileiro também vai auxiliar a iniciativa. Cerca de 20 mil militares do Rio Grande do Sul vão atuar neste primeiro momento, em 190 municípios gaúchos.
Outra medida é a criação de um curso a distância para atualização sobre o Aedes aegypti, que deve estar disponível nos próximos dias, segundo o projeto do TelessaúdeRS, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). O público-alvo são agentes de saúde, militares e demais envolvidos no combate.
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Conforme o boletim epidemiológico atualizado, somente neste ano, o Rio Grande do Sul registrou 342 casos suspeitos de dengue, 18 deles divulgados no documento. Os outros dois autóctones (contraídos no Estado) foram confirmados nessa sexta-feira. Eles ocorreram em Guaíba e São Paulo das Missões. O número de suspeitas de zika nas quatro primeiras semanas de 2016 chegou a 33 e de chikungunya, a 27, ambas sem casos confirmados.
No País, 3.448 suspeitas de microcefalia estão sendo investigadas. Conforme informou o Ministério da Saúde nesta semana, 270 casos foram confirmados, sendo seis deles relacionados ao zika vírus. Outras 462 notificações foram descartadas. Na manhã dessa sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com os governadores de Pernambuco, Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo – estados onde o zika circula e se espalha rapidamente –, por videoconferência, para tratar sobre medidas de combate ao mosquito.
OMS monta comitê de emergência
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que um Comitê de Emergência deve começar a se reunir na próxima semana para orientar autoridades mundiais sobre as formas de lidar com o zika. O encontro está marcado para segunda-feira, em Genebra. Diretora-geral da OMS, Margaret Chan afirmou que o vírus já foi detectado em 23 países. “O nível de alerta é extremamente alto”, declarou.
Ontem, o Ministério da Saúde da Alemanha confirmou cinco casos de zika no país entre 2015 e janeiro deste ano. O primeiro caso na Argentina também foi confirmado nesta semana. A paciente seria uma moradora de Buenos Aires que se infectou na Colômbia. A estimativa da OMS é de que em 2016 o número de casos chegue a 4 milhões somente nas Américas, sendo 1,5 milhão no Brasil.
Fiocruz estuda a transmissão do zika pelo pernilongo
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estuda a possibilidade de o vírus do Zika estar sendo transmitido pelo mosquito culex, conhecido como muriçoca e pernilongo. A Fiocruz acredita que o estudo seja concluído em três semanas.
Coordenadora da pesquisa, Constância Ayres diz que esta é a primeira vez que a transmissão do zika pelo pernilongo está sendo investigada. Ela explica que na Micronésia, onde surgiu o zika, outras espécies teriam atuado como vetor, já que a região não é habitat do Aedes. Constância acredita que a relação do vírus com o Aedes tenha sido isolada. Para ela, o mosquito da dengue pode não ser o principal transmissor do zika.
COI garante que Olimpíada será segura, mas faz apelo a turistas
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O Comitê Olímpico Internacional (COI) garantiu nessa sexta-feira às delegações que irão viajar ao Rio de Janeiro em agosto para a Olimpíada que o evento estará seguro em relação ao vírus zika, mas fez um apelo aos visitantes a se protegerem enquanto estiverem na região. O COI ofereceu aconselhamento para minimizar o risco e disse que os viajantes com destino ao Brasil devem consultar as agências de saúde de seus países.
Entre as recomendações está o uso de repelente de mosquito e camisas e calças de manga comprida. As mulheres com suspeita de gravidez foram incentivadas a discutir a viagem com seus planos de saúde. Conforme a comissão médica do COI, a entidade está em contato constante com a Organização Mundial de Saúde (OMS) para ter acesso às informações e orientações mais atualizadas. Ao mesmo tempo, orientou os Comitês Olímpicos Nacionais a consultar as autoridades de saúde de seus países para receberem conselhos e orientação.
Cerca de 10 mil atletas irão competir na Olimpíada entre os dias 5 e 21 de agosto, e dezenas de milhares de funcionários, autoridades, jornalistas e turistas estarão na cidade para o maior evento esportivo do mundo.
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Encontrado na região um novo foco do mosquito
Venâncio Aires registrou o primeiro foco do Aedes aegypti em 2016, entre os municípios que integram a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Segundo Mariluci Reis, coordenadora da 13ª CRS, a larva estava em uma armadilha montada no Bairro Morsch. Ao longo de 2015, cinco focos foram encontrados na Capital do Chimarrão.
Com a declaração do secretário João Gabbardo, de que a entrada do zika no Rio Grande do Sul é inevitável, os municípios trabalham para combater o mosquito, até então, conhecido como o único transmissor do vírus. “Na região estamos trabalhando basicamente na prevenção e os municípios estão bem conscientes. Pedimos para que a comunidade siga fazendo a sua parte, evitando água acumulada. E para quem for viajar para estados onde o vírus já circula, pedimos que use repelente”, disse Mariluci.
Neste ano, nenhum foco do Aedes aegypti foi localizado em Santa Cruz do Sul. Entre fevereiro e dezembro de 2015, foram confirmados oito no município. No mesmo ano, Santa Cruz teve dois casos confirmados de dengue.
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