Ainda que muitas pessoas já tenham se esquecido dela, a Covid-19 continua existindo e preocupando as autoridades de saúde. Nas últimas semanas, os governos estadual e federal passaram a disponibilizar dados que evidenciam um crescimento nos casos ativos da doença, ao mesmo tempo em que a imunização com a vacina bivalente está aquém dos números esperados. Em Santa Cruz do Sul, pessoas de máscara voltaram a ser vistas com mais frequência nas ruas ou locais públicos.
O mais recente boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde, correspondente à semana 47 de 2023, mostra que o município possui 169 casos ativos da doença. Isto é, aqueles que tiveram teste positivo e estão em isolamento. Desse total, 167 passam por tratamento domiciliar e dois foram internados no Hospital Ana Nery, que passou a ser referência para as internações. O secretário municipal da Saúde, Fabiano Dupont, vê o aumento como moderado e semelhante ao que registrado em outros municípios e regiões.
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Ele recomenda, no entanto, que a população não baixe a guarda. “Nossa orientação é de que todos mantenham o esquema vacinal completo para evitar a contaminação e o agravamento dos sintomas”, destaca. Fundamental para controlar o coronavírus, a imunização estagnou. Enquanto 188 mil primeiras doses e 111 mil segundas doses foram aplicadas em Santa Cruz, pouco mais de 16 mil pessoas receberam a vacina bivalente – que protege contra a cepa original e a variante Ômicron. Desde julho deste ano, ela está disponível para todas as pessoas acima de 18 anos que completaram pelo menos o esquema básico (primeira e segunda doses).
O coordenador do Programa Municipal de Imunizações, Roger Rodrigues Peres, reitera a importância de manter a imunização em dia, sobretudo para indivíduos que apresentam comorbidades. “Sabemos que o vírus segue circulando, provocando adoecimento e procura às instituições de saúde.” Chama a atenção ainda para o período de fim de ano e férias, que em anos anteriores provocou picos de casos. “Com a chegada de eventos que culminam na reunião de um grande número de pessoas, estar protegido é fundamental.”
Idosos e tratamento
O governo do Estado, por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), também registra aumento nos casos e nas hospitalizações, com destaque para a população acima de 60 anos. Os dados mostram que eles são responsáveis por duas de cada três internações e 82% dos óbitos ocorridos entre setembro e novembro deste ano. A vacinação com a dose bivalente, por outro lado, foi aplicada a apenas 839 mil dos 2,2 milhões de gaúchos que integram essa faixa etária, o que representa 38% do total.
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Para os quadros leves a moderados da Covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza um tratamento com associação dos antivirais Nirmatrelvir e Ritonavir. A indicação é para pessoas com mais de 65 anos ou imunocomprometidos com mais de 18 anos. O medicamento visa reduzir o risco de internações, complicações e mortes em função da doença. A recomendação de uso cabe ao médico, conforme a avaliação feita durante o atendimento.
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