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Casos de abigeato assustam produtores de Albardão

Uma sequência de casos de abigeato (furto de animais) vem assustando moradores de Albardão, no interior de Rio Pardo. Os recentes ataques de criminosos às propriedades causaram transtornos a produtores que sobrevivem de recursos provenientes da venda da carne. O modus operandi dos ladrões que agem na área chama a atenção. Eles abatem o gado no local, deixando apenas as carcaças dos animais e suas cabeças, patas e vísceras.

Se o animal é menor, eles o laçam e matam com facadas. Se é de grande porte, abatem com um tiro de espingarda na cabeça. Em novembro, uma vaca de 600 quilos foi alvo dos criminosos. Na virada do ano, um animal de 500 quilos, que estava em uma fazenda, foi a vítima. Já no último sábado, os abigeatários mataram um terneiro de 200 quilos em uma propriedade e roubaram sua carne.

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Os três últimos casos não foram registrados na polícia. Entre os fatores elencados por moradores para não realizarem o boletim de ocorrência está a dificuldade nos registros online. Ainda vigora a restrição de pessoas dentro das delegacias por causa da pandemia. Por isso, a orientação é que crimes de abigeato, e outros considerados não graves ou urgentes, sejam comunicados pelo site delegaciaonline.rs.gov.br.

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Restos dos animais são deixados no local


“Para nós, que somos do interior, fica mais difícil fazer esse procedimento. Não temos a mesma facilidade com a internet que outras pessoas, por isso, em muitos casos, deixamos assim mesmo”, afirmou João Gabriel dos Santos, de 50 anos. Junto com a sua família, ele possui uma propriedade no local. Ainda no final de setembro, foi alvo dos criminosos.

Diferentemente de outros casos, Santos conseguiu registrar a ocorrência. Inicialmente, a Polícia Civil trabalhava com poucas informações, mas o morador repassou mais dados aos investigadores sobre o suspeito de ter cometido o crime. Ele afirma que a sensação de impunidade desanima. “Em outubro, passei mais dados à polícia sobre esse rapaz. Já tinham um primeiro nome e eu dei o nome completo, dei o nome da esposa e a localização de onde ele morava, mas de lá pra cá não aconteceu nada”, comentou.

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O indivíduo em questão, de acordo com Santos, é conhecido na localidade por praticar crimes de abigeato e teria o apelido de “Gugu”. Detalhes até mesmo de quem faria a receptação da carne roubada, que seria um homem de Candelária, também foram informados à Polícia Civil, segundo o dono da propriedade. “As pessoas estão desacreditadas. Eles têm a informação de quem comete esses crimes, e nós estamos enfrentando dificuldades, perdendo nosso ganha-pão”, finalizou Santos.

Faturi destaca importância de registrar ocorrências
De acordo com o delegado Anderson Faturi, há uma média de duas ocorrências de abigeato por mês em Rio Pardo. Em janeiro, ainda não houve denúncias do tipo. Nos últimos meses de 2020, há registros na delegacia, mas de outras localidades. “Efetivamente de Albardão, os últimos registros que temos foram entre os meses de setembro e outubro. Estávamos com demandas bastante urgentes na delegacia ao longo dos últimos meses, com equipe diminuta em virtude da Covid-19, mas tudo está sendo feito no seu devido tempo”, disse Faturi.

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Anderson ainda ressaltou a importância de fazer o registro policial. “Se não houver a ocorrência, a polícia não toma conhecimento e não fica ciente do fato que aconteceu, não tendo como investigar. A orientação, em virtude de medidas da Covid-19, é para que esse procedimento seja feito em casa. É superágil e fácil, sendo que em duas horas é despachado pela autoridade policial. Ainda assim, para aqueles que não conseguirem, obviamente atendemos todos que forem à delegacia, seguindo os protocolos de higiene e distanciamento.”

Sobre supostos suspeitos de causarem os danos aos produtores, o delegado de Rio Pardo revela que há investigações em andamento para apurar os delitos. “Com certeza, estão sendo apurados todos os fatos e o que vítimas e eventuais testemunhas informam. Vários nomes já foram checados e alguns descartados, e sobre outros foram realizadas diligências. É importante que as vítimas façam os registros e venham conversar com os investigadores, passando pra eles, e mais ninguém, as informações e suspeitas que possuem.”

Por fim, o delegado se colocou à disposição dos moradores para apurar novos fatos que possam auxiliar no trabalho. “Às vezes, quando do registro, mesmo presencial, isso não é possível porque os policiais podem estar em diligências ou missões externas. Mas, no momento subsequente, consegue-se esse contato pessoal, que é importante”, finalizou Faturi, que atualmente também responde pela 2ª Delegacia de Polícia de Santa Cruz do Sul, durante as férias do delegado Alessander Zucuni Garcia.

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