A maior presença do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, causa preocupação em diversas partes do País e também acende um alerta na região de abrangência da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (13ª CRS). Neste início de ano, o número de casos confirmados da doença aumentou 220% no Vale do Rio Pardo, em comparação ao mesmo período do ano passado. São 16 exames positivos para dengue nas primeiras cinco semanas epidemiológicas. Em 2023, o mesmo período teve apenas cinco registros.
As cidades com maior infestação do mosquito são Santa Cruz, com 11 casos positivos, Venâncio Aires (3) e Vera Cruz (2). Outros 59 diagnósticos foram descartados e 128 estão em investigação. Na última terça-feira, 6, Santa Cruz também confirmou a primeira morte por dengue – a segunda no Estado em 2024 –, de um homem de 65 anos. Ele possuía comorbidades e estava internado.
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Conforme o coordenador de Atividades Ambientais da 13ª CRS, Luis Casseres, do setor de Vigilância Ambiental, o cenário de preocupação com a dengue no Estado se reflete na região. “A gente percebe que a infestação do mosquito está aumentando. Isso provoca maior transmissão da doença. As frequentes chuvas, associadas às altas temperaturas, são fatores que estão facilitando a reprodução do Aedes”, disse em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9.
As cidades que causam maior preocupação na região são Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Venâncio Aires. “Em um levantamento amostral que fizemos nos imóveis, constatou-se a presença do mosquito em grande parte das residências”, ressaltou Casseres.
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Outro ponto preocupante é com o alto fluxo de veículos que circulam na região e podem estar trazendo o mosquito da dengue de outros municípios. “Isso também promove uma disseminação maior aqui, pois esses insetos podem estar dentro das cargas e acabam se espalhando nas cidades.”
Conforme Gilmara de Campos, do setor de Vigilância Epidemiológica da 13ª CRS, a população precisa ficar atenta aos sinais da doença, como febre alta (39 a 40 graus), com duração de dois a sete dias; vômito; diarreia; e dor no corpo e na região atrás do olhos. “Nesse momento, a pessoa precisa buscar atendimento médico, pois pode tratar-se de um caso leve ou grave de dengue.” Após receber o diagnóstico positivo, o paciente precisa ficar em alerta para caso de piora nos sintomas, como diarreia e vômito, podendo acontecer sangramentos internos. “Sempre que o cidadão sentir alguma alteração de sintomas, deve procurar ajuda médica”, orienta Gilmara.
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Como não existe um tratamento específico para a dengue, os sintomas são atacados de acordo com o critério médico. Crianças, idosos e pessoas com comorbidades correm maior risco de a doença evoluir para um quadro mais grave.
Recentemente, o Brasil recebeu doses de vacinas contra a dengue. O País será o primeiro a aplicar o imunizante pela rede pública de saúde. A farmacêutica Andrea Wiesioek, do setor de Imunizações da 13ª CRS, disse que essa aplicação vai ocorrer de forma limitada e apenas nas cidades onde a situação da dengue é pior. O Rio Grande do Sul ficou de fora desta primeira etapa. “Essa vacina que o País recebeu agora é do laboratório japonês Takeda Pharma. O Instituto Butantan está trabalhando no imunizante próprio. Esperamos que, no ano que vem, tenhamos mais essa alternativa”, disse Andrea.
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Febre alta (39 a 40 graus), com duração de dois a sete dias; dor retro-orbital (atrás dos olhos); dor de cabeça; dor no corpo; dor nas articulações, mal-estar geral; náusea; vômito; diarreia e manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.
As medidas de prevenção à proliferação e circulação do Aedes aegypti são a limpeza e revisão das áreas interna e externa das residências ou apartamentos e eliminação dos objetos com água parada, como vasos de flores, pneus e bromélias. Essas ações impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida ainda na fase aquática.
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Na tarde dessa quarta-feira, 7, a Prefeitura de Santa Cruz atualizou o número de casos positivos de dengue, que chegam a 11. Além disso, outros cem aguardam pelo exame e um paciente está internado no Hospital Santa Cruz (HSC). Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, a coordenadora da Vigilância Sanitária, Francine Braga, destacou que a população precisa colaborar com o combate ao Aedes aegypti, para controlar a dengue. “O Município não vai medir esforços para continuar fazendo o trabalho contra essa doença. Onde aconteceram os casos já foram feitos bloqueios para encontrar os focos do mosquito.”
Ela explicou que uma ação de pulverização com larvicida biológico será realizada nos próximos dias. “O produto não faz mal à população, e o trabalho será com a máquina de fumacê. Ele atinge os mosquitos em geral e será aplicado em uma grande cobertura, com prioridade nos locais onde os casos de dengue foram confirmados.” Neste momento, é realizada a organização de pessoal e mapeamento da cidade.
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Francine ressalta que a população pode colaborar fazendo a sua parte em casa, e também denunciando lugares que possam estar servindo como criadouros do mosquito. As ligações podem ser anônimas. Ao prestar a informação, é preciso indicar o nome da rua e número da casa e fazer um breve relato do que está acontecendo no local. Os meios de contato com o Departamento de Vigilância e Ações em Saúde de Santa Cruz são pelo telefone (51) 3715 1546 e e-mail dengue.vigilancia@santacruz.rs.gov.br.
*Colaboraram os comunicadores Leandro Porto e Rosemar Santos
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