Primeiro alvo da Operação Feudalismo, o ex-vereador de Santa Cruz Paulo Lersch voltou a ser denunciado à Justiça pelo Ministério Público. Além de novos casos de “rachadinha”, Lersch pode agora responder também por lavagem de dinheiro.
Ajuizada no último dia 15, a nova denúncia tem como base os depoimentos de nove pessoas, incluindo ex-assessores do Legislativo e ex-funcionários da Prefeitura que confirmaram ter repassado parcelas de seus salários ao então vereador.
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A investigação foi conduzida pelo promotor Érico Barin. Procurados nessa terça-feira, 21, tanto o advogado de Lersch e Nersi, Ezequiel Vetoretti, quanto o defensor de Carlos, Luiz Pedro Swarowsky, informaram que ainda não foram citados da nova denúncia e só depois disso vão se manifestar a respeito do assunto.
Um dos nove ex-servidores apontados na denúncia do Ministério Público como vítimas do suposto esquema de captação de salários capitaneado por Paulo Lersch é Alcido Felten. Em setembro de 2018, ele foi flagrado por uma reportagem da Gazeta do Sul exercendo atividades paralelas durante o expediente.
À época, Felten, que é contador aposentado e possuía relações com a família de Lersch, ocupava um cargo vinculado à Mesa Diretora. Durante os seis dias em que foi monitorado pela reportagem, permaneceu menos de quatro horas na Câmara.
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A denúncia levou à exoneração de Felten e à abertura de um inquérito pelo Ministério Público. Em depoimento na ocasião, Felten foi questionado pelo promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin, sobre a possível “rachadinha”, mas ele negou.
Em depoimento posterior, porém, ele confirmou que, durante todo o período em que atuou na Câmara, entregou a maior parte de seu salário a Lersch. A remuneração de seu cargo à época chegava a em torno de R$ 6,2 mil brutos, e ele relatou que costumava repassar cerca de R$ 4 mil todos os meses ao vereador.
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Segundo Felten, o valor era exigido para cobrir “despesas de campanha”. Disse ainda que aceitou se submeter ao esquema por ser aposentado e precisar de recursos para bancar exames e medicamentos. Acrescentou que costumava entregar o dinheiro mensalmente ao assessor Carlos Henrique Gomes da Silva e, em alguns casos, deixava os envelopes no gabinete. As informações constam na denúncia ajuizada na semana passada.
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