Saúde e Bem-estar

Caso de gripe aviária acende alerta no Estado

Após a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) confirmar, por meio do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), a detecção do primeiro foco de influenza aviária no Estado, muitas dúvidas surgiram entre a população. O caso foi identificado em aves silvestres da espécie Cygnus melancoryphus, conhecida como cisne-de-pescoço-preto, em área próxima à Lagoa da Mangueira, no município de Santa Vitória do Palmar. É o primeiro caso no Rio Grande do Sul desde a chegada do vírus na América do Sul e no Brasil.

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Para esclarecer sobre a doença, a médica-veterinária com mestrado e doutorado em Sanidade Avícola e professora da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Daiane Wilsmann, falou à Rádio Gazeta FM 107,9. Segundo ela, a influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é causada por um vírus extremamente contagioso entre as aves. “Afeta principalmente aves silvestres migratórias que podem ser reservatórios naturais do vírus e não apresentarem sintomas. Ou apresentarem sintomas e a mortalidade, que foi o que aconteceu no País.” 

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Uma das maiores dúvidas é se a doença pode atingir humanos através do contato direto com as aves ou pela ingestão de carne e ovos. Daiane afirmou que esse contágio é possível, mas os casos são muito raros por se tratar de uma enfermidade de aves.

“Em todos os casos raros onde houve a contaminação, o contato era muito direto. Os animais viviam junto das pessoas, esse convívio era muito íntimo”, ressaltou a especialista. A contaminação também pode depender do estado de saúde da pessoa. “Mas o contágio através do consumo de carne e ovos nunca existiu.” 

De acordo com Daiane, as aves comerciais dificilmente apresentam sintomas, mas é possível detectá-los facilmente em animais silvestres. “Os sintomas principais são a mortalidade, sinais respiratórios, tosse, espirros, sinais nervosos, pescoço torto, cabeça caída e dificuldade de caminhar. Estes são os sinais mais clássicos.”

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Caso haja suspeita da doença, o criador não deve entrar em contato com a ave, nem tentar socorrê-la. A atitude mais correta é chamar algum profissional, como de secretarias de agricultura dos municípios ou veterinários e inspetores. 

Para evitar a contaminação, uma das medidas mais importantes é manter os animais presos para que não entrem em contato com outras aves. A água que ingerem deve ser tratada e mantida em locais onde outros não tenham acesso. “O risco deixa todos nós em alerta. Por isso, os produtores rurais e criadores precisam manter a biosseguridade, que todos devem realizar”, ressaltou.

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As ações de biossegurança são medidas preventivas que buscam evitar a entrada de doenças no plantel, seja de aves, bovinos ou suínos. “A avicultura é um setor onde essa biosseguridade é muito trabalhada, por isso as medidas são muito claras no dia a dia”, assegura a médica-veterinária.

Suspeitas devem ser informadas à Seapi

A Secretaria de Agricultura do Estado intensificou as ações de vigilância ativa e passiva para a detecção precoce de uma potencial introdução de IAAP. De janeiro a maio deste ano, foram realizadas 2.295 ações de vigilância ativa no Rio Grande do Sul, com observação de 1,82 milhão de aves. No mesmo período, a secretaria contabiliza 1.680 ações de educação sanitária sobre a enfermidade, atingindo um público estimado de 949 mil pessoas.

Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou pelo WhatsApp (51) 98445 2033.

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Ações de combate

Ainda nesta semanas, representantes dos governos federal, estadual e municipal, além de integrantes de associações e fundações ligadas ao setor, tiveram um encontro, de forma on-line, sobre influenza aviária organizado pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). A pauta foi o alinhamento entre as ações de combate à influenza aviária.

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