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Caso Bernardo: delegada que investigou a morte do menino depôs por quase seis horas

Foto: Marcelo Kervalt

O júri de Leandro Boldrini, denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por matar o filho Bernardo Boldrini, começou nesta segunda-feira, 20, em Três Passos. Após sorteio dos sete jurados que compõem o Conselho de Sentença, os promotores de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari e Miguel Germano Podanosche exibiram vídeos e áudios que ajudam a comprovar o envolvimento do médico no assassinato.

Na volta do intervalo para almoço, iniciou o depoimento da delegada Caroline Bamberg Machado, responsável pela investigação da morte do menino, em 2014. Ela falou por quase seis horas. Às 20h15, a juíza que preside o julgamento encerrou a sessão desta segunda. O júri será retomado às 8h30 desta terça-feira, 21, com outros depoimentos.

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Leandro responde pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, motivo fútil, emprego de veneno e dissimulação), ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Após as oitivas das 10 testemunhas e o interrogatório do réu, serão iniciados os debates. MPRS e defesa terão uma hora e 30 minutos cada para se manifestarem. Réplica e tréplica, se houver, serão de uma hora cada. O júri está sendo transmitido ao vivo pelo canal do TJRS no YouTube.

O caso

Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014. O corpo dele foi encontrado 10 dias depois, enterrado em uma cova vertical dentro de uma propriedade às margens de um riacho na cidade vizinha de Frederico Westphalen. No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos por serem, respectivamente, o mentor intelectual e a executora do crime. A amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, também foi presa por ajudar no assassinato. Dias depois, Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, foi preso por ser quem preparou a cova onde o menino foi enterrado. Os quatro réus foram condenados em 2019, mas o júri de Leandro foi anulado em dezembro de 2021.

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Como aconteceu

O assassinato de Bernardo teve início em Três Passos, por volta do meio-dia, e terminou com a execução, às 15 horas do mesmo dia, em Frederico Westphalen. Graciele, a pretexto de agradar o menino, o conduziu até Frederico Westphalen. Ao iniciar a viagem, ainda em Três Passos, deu ao enteado midazolam – medicação de uso controlado – sob argumento de que era preciso evitar enjoos. Em seguida, já na cidade vizinha, Graciele e Bernardo se encontraram com Edelvânia, amiga da madrasta. Os três seguiram para local antecipadamente escolhido na Linha São Francisco, distrito de Castelinho, próximo a um riacho, onde a cova foi aberta dias antes por Evandro.

Dando sequência ao crime, Graciele, sempre com integral apoio moral e material de Edelvânia, mais uma vez enganando a vítima, agora a pretexto de lhe dar uma “picadinha”, para ser “benzida”, aplicou em Bernardo injeção de midazolam em quantidade suficiente para lhe causar a morte, conforme laudo pericial que atesta a presença do medicamento no estômago, rins e fígado da vítima. O menino acabou morto por uma superdosagem de medicamento.

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Segundo a denúncia, o médico Leandro Boldrini, com amplo domínio do fato, interessado no desfecho da ação, concorreu para a prática do crime contra o próprio filho como mentor e incentivador da atuação de Graciele. Ele teria participado em todas as etapas do plano, inclusive no que diz respeito à execução direta do homicídio, à criação de álibi, além de patrocinar despesas e recompensas, bem como ao fornecer meios para acesso à droga midazolam, utilizada para matar a vítima. Depois de matar e enterrar o filho, Leandro fez um falso registro policial do desaparecimento de Bernardo para que ninguém descobrisse o crime.

A motivação

Leandro e Graciele não queriam dividir com Bernardo a herança deixada pela mãe dela, Odilaine (falecida em 2010), e o consideravam um estorvo para o novo núcleo familiar. O casal ofereceu dinheiro para Edelvânia ajudar a executar o crime. Bernardo, não sabendo do plano, aceitou, no dia em que foi morto, ir até Frederico Westphalen com a madrasta.

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