Se você gosta de aventura e tem disposição para encarar trilhas, encontrará neste roteiro lugares fascinantes. Aqui no Vale do Rio Pardo, cascatas de tirar o fôlego com quedas d’água de até 37 metros impressionam os visitantes que se dispõem a largar o calorão da cidade para, literalmente, mergulhar em um refúgio particular. Nesta semana, a reportagem da Gazeta do Sul viajou para quatro municípios e conheceu os segredos de lugares ainda preservados pela natureza. Antes de nos acompanhar nesta aventura, uma dica: pegue o seu celular e fotografe os meios de chegar em cada paraíso. Tem (muito!) chão pela frente, mas a recompensa e o banho gelado valem qualquer esforço.
Localizada a 19 quilômetros ao sul de Encruzilhada do Sul, a Cascata Salto D’água da Caneleira é um verdadeiro paraíso escondido. Situada na localidade de Passo do Marinheiro, ela tem 37 metros de queda d’água e impressiona com sua imponência e força. O lugar hoje só pode ser acessado mediante agendamento de grupo e, conforme o sócioproprietário do espaço, Sílvio Stracke, um valor de acesso é cobrado. “Passamos a adotar esse esquema, pois muitas pessoas que visitavam o lugar não respeitavam as regras e poluíam o espaço, causando muitos danos ambientais”, lembra.
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Há quatro trilhas de acesso, mas a principal, que permite ao visitante conhecer a queda, não é difícil. Bastam dez minutos de caminhada (15 se o ritmo for mais devagar) e pronto. O banho é tranquilo, e boa parte da piscina é rasa. Quem se arriscar a ir mais perto da queda deve ter cuidado, já que a profundidade chega a 12 metros e a força da água é grande. Na parte de cima da queda, outra piscina natural, com uma espécie de hidromassagem, espera pelos visitantes. Não existem estruturas como bar ou chuveiro. Leve um lanche reforçado e não esqueça do kit básico pós-mergulho: toalha e roupa seca.
A boa notícia é que o espaço deverá ser transformado em um parque de turismo ecológico, de aventuras e místico já no próximo verão. É porque muitas lendas circundam aquela área. “Ela fez parte da rota dos índios charruas que vinham toda primavera e verão do Norte do Uruguai”, lembra o proprietário. O acesso pode até ser demorado para quem sai de Santa Cruz do Sul, mas a recompensa vale a pena. O lugar é de uma paz incomparável e o banho, se o visitante não tiver medo de água gelada, revigorante. Interessados em agendar uma visitação devem entrar em contato pelo telefone (51) 99997 6596.
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Nível de dificuldade: difícil para chegar de carro. A trilha é fácil.
Como chegar: desloque-se a Encruzilhada pela BR-471 e fique atento às placas. Passando o quilômetro 249, dobre à direita, onde uma placa indica Passo do Marinheiro. Siga pela estrada principal e, na primeira bifurcação, pegue à direita. Ande mais alguns quilômetros e, na próxima bifurcação, dobre à esquerda. Siga o caminho e fique atento até encontrar uma pequena parada de ônibus de madeira. Quando encontrá-la, entre novamente, à esquerda e ande devagar, pois a via não está muito conservada. Na terceira e última bifurcação, vá à esquerda. Não se intimide com duas porteiras que estarão fechadas. Saia do carro, abra e volte a fechá-las. No fim da estrada, haverá uma casa e um terceiro portão. Chegando lá, é necessário esperar o proprietário Silvio Stracke ou o caseiro, Edilon Batista, autorizarem a entrada. São 19 quilômetros de estrada de chão.
Distância: cerca de 140 quilômetros, saindo de Santa Cruz.
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O perfeito destino bate-volta. A Cascatinha de Linha Travessa é ideal para quem quer se deslocar a um paraíso particular sem precisar gastar muito tempo (e gasolina) para isso. Trata-se de uma pequena queda d’água com até 10 metros. O local é de fácil acesso, basta circular por apenas três quilômetros de estrada de chão.
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Chegando na propriedade, é necessário acessar uma trilha durante cerca de dez minutos. O caminho é íngreme, e calçar um tênis antiderrapante é fundamental. A cascata também fica em uma propriedade particular, mas no dia em que a reportagem foi ao local, não encontrou os proprietários. Vizinhos informaram que, para chegar à cascata, é cobrado apenas o valor de R$ 5,00 para estacionar.
Nível de dificuldade: fácil. São apenas três quilômetros de estrada de chão. A trilha para chegar é um pouco íngreme.
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Como chegar: desloque-se até Linha Santa Cruz pela Avenida Orlando Baumhardt e entre à esquerda para acessar Linha Travessa. Ande três quilômetros de estrada de chão, passe por uma pequena ponte e dobre à esquerda. Estacione o carro em frente à residência e siga reto até encontrar o caminho da trilha.
Distância: 10 quilômetros, saindo do Centro de Santa Cruz do Sul.
Anexo à Barragem de Dom Marco, interior de Rio Pardo, o Parque da Barragem é um convite ao descanso. Um dos destinos mais acessíveis deste roteiro, é o ponto ideal para quem gosta de acampar em meio à natureza e se desligar da correria do dia a dia. Outro atrativo do local é a prainha, onde é possível se banhar nas águas do Rio Jacuí e também pescar. Com uma vasta área que compreende até nove hectares, o parque ainda oferece piscinas, passeios a cavalo, quadra de vôlei e futebol, além de um barzinho com venda de lanches, bebidas e até almoço. Há energia elétrica, banheiro e chuveiro para quem acampa próximo à recepção.
Já os turistas que não são adeptos de barracas podem optar pelas cabanas. Nesse caso, é necessário reservar. O valor é R$ 60,00 por pessoa. Já para acampar é R$ 15,00 e R$ 20,00 com acesso à piscina. Amantes do pôr do sol também contam com uma visão privilegiada. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 99772 1438. A recepção do parque funciona das 7h30 às 19 horas.
Nível de dificuldade: médio. São 17 quilômetros de estrada de chão para chegar ao parque. Não há trilhas.
Como chegar: desloque-se a Rio Pardo pela BR-471 e dobre na ERS-403, como se fosse em direção a Cachoeira do Sul. Ande cinco quilômetros até encontrar um pequeno trevo. Aguarde no acostamento e ingresse à esquerda. A partir desse trecho fique atento às placas que farão a contagem regressiva para chegar ao parque e conte 17 quilômetros.
Distância: 54 quilômetros, saindo de Santa Cruz.
Alerta de destino para quem gosta de muita aventura! Se você acha que Boqueirão do Leão é longe, prepare-se para chegar até a Cascata Fischer, em Colônia Piccoli, no interior do município. Praticamente um safári rural, com galinhas, vacas, cavalos e cachorros pela estrada, é um destino que rende história.
Entre paisagens de tirar o fôlego, plantações e pequenas propriedades agrícolas, o local fica distante cerca de 15 quilômetros do coração da cidade. Para chegar lá, do Centro de Santa Cruz, é bom reservar, no mínimo, duas horas e contar com o melhor GPS: os moradores.
Ao encontrar o último morador, você vai ter a confirmação de que está quase chegando. Ao andar mais um pouco, quando parecer que a estrada não existe mais, vibre se o filho desse mesmo morador estiver por perto. O Rogério Ebert, de 29 anos, aliás, tem exercido com prazer o ofício de guia de turismo voluntário. Ele está acostumado a levar turistas perdidos, de todos os cantos do Estado, até a cascata.
Após caminhar cerca de um quilômetro, entre muitas descidas, subidas, sanga e mato, é hora de pegar um caminho quase imperceptível à direita. É melhor, aliás, estar na companhia de alguém que saiba o trajeto. Não há qualquer placa indicativa. Então, é preciso descer outra trilha íngreme, de 500 metros, à esquerda, o último passo para chegar até a queda d’água.
Para quem quiser mergulhar, atenção: o local chega a ter 16 metros de profundidade. Mas somente contemplar também pode ser maravilhoso. Afinal de contas, a Cascata Fischer é um lugar digno de todos os “uaus” que você puder dizer.
Nível de dificuldade: difícil.
Como chegar: se você seguir até Boqueirão do Leão por Gramado Xavier, vá até o centro da cidade, no primeiro posto de gasolina (bandeira Charrua). Depois retorne, pela mesma rua, a Sinimbu. Após passar a ponte, pegue o segundo acesso à esquerda, no conhecido “chiqueirão”. Siga perguntando o caminho aos moradores.
Distância: 120 quilômetros do Centro de Santa Cruz, pela RSC-153
Aqui o nível de aventura é baixo, se comparado à Cascata Fischer. A beleza, porém, também é soberana. O caminho é de fácil acesso. Você até pode ter a impressão de que se encontra na entrada de alguma propriedade particular. A vegetação peculiar, as rochas e o pequeno riacho que margeiam a estrada de chão, no entanto, dão sinais de que se está no rumo certo.
O Perau da Nega fica em Linha Sinimbuzinho, apenas seis quilômetros do Centro de Boqueirão do Leão. O paredão rochoso, por onde escorre a água, rende paisagens de tirar o fôlego. Um dos pontos de destaque é, também, o paredão que rodeia o local. Para ficar diante da cascata, contudo, é preciso se aventurar pelas trilhas. Há algumas churrasqueiras improvisadas pela área, mas não existe infraestrutura, como banheiros ou lancherias, nem cobrança de ingresso.
Distância: 100 quilômetros do Centro de Santa Cruz.
Nível de dificuldade: fácil.
Como chegar: se você seguir até Boqueirão do Leão por Gramado Xavier, vá até a cidade, no primeiro posto de gasolina (bandeira Charrua). Depois retorne pela Rua Sinimbu. Após passar a ponte, pegue o primeiro acesso à esquerda. Há placas indicativas.
Um lugar que proporciona atrações para toda a família, desde a turma do chimarrão na sombra até a galera com espírito aventureiro. E ainda sobra espaço para os que adoram uma piscina ou acampamento! No Recanto do Itacolomy, o misto de atividades junto à natureza chama a atenção daqueles que preferem percorrer apenas 15 quilômetros para chegar ao local, do Centro de Passo do Sobrado até a Estrada Potreiro Grande, no interior.
Subir o morro, que deixa o passeio ainda mais especial, pode render uma vista e tanto do município e de outros próximos, reluzentes no horizonte. O pôr do sol é uma grande pedida, mas é preciso cuidado redobrado ao subir e descer. Algumas empresas de ecoturismo da região também escolhem a área para a prática de rapel e organizar luaus, por exemplo. Além de lancheria e área para camping, há piscinas, churrasqueiras, tobogãs e cabanas para pernoite. O funcionamento é das 8h30 às 20 horas, e os ingressos custam R$ 15 (adulto) e R$ 10 (crianças de 3 a 10 anos).
Nível de dificuldade: até o recanto, fácil. Para subir o morro, médio.
Distância: 40 quilômetros do Centro de Santa Cruz.
Como chegar: quem vai pela RSC287 deve ingressar na ERS-405 até Passo do Sobrado. O próximo passo é passar pelo Centro da cidade, na Avenida Alberto Jacobsen, e seguir reto em direção à estrada geral de Potreiro Grande. Há placas indicativas, mas, em caso de dúvida, sempre é melhor interagir com os moradores.
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