Polícia

Casal confessa participação em assassinato brutal de homem em Santa Cruz

A primeira sessão do ano no Tribunal do Júri em Santa Cruz do Sul foi marcada por uma confissão. No Fórum, na manhã desta quinta-feira, 26, por meio do defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior, o casal Guilherme Miguel D’Ávila e Katiele Vitória Hermes, ambos de 21 anos, confessaram a participação no assassinato de Luis Machado, de 46 anos, ocorrido em 2 de novembro de 2020. Ele foi morto com requintes de crueldade, a machadadas, dentro de uma lavoura na Rua Victor Frederico Baumhardt, no Bairro Dona Carlota.

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Os dois foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – de motivo torpe (desavenças por causa do aluguel) e recurso que dificultou a defesa da vítima (Machado foi atacado sozinho por um bando).

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Sete jurados, sendo cinco homens e duas mulheres, formaram o Conselho de Sentença. O delegado Alessander Zucuni Garcia, responsável pelo inquérito do caso, foi dispensado do seu depoimento pelo promotor Flávio Eduardo de Lima Passos. Além do casal, que estava preso, Henrique Gabriel Pires, 21 anos, também responde pelo crime no julgamento. Outros dois adolescentes na época – o enteado da vítima, hoje com 16 anos, e a sobrinha dele, atualmente com 18 – responderam pelo crime no Juizado da Infância e da Juventude. Ela foi condenada e ele absolvido. Na época do homicídio, eles chegaram a ser apreendidos nos bairros Santuário e Santa Vitória. Atualmente, os dois estão em liberdade. Seus nomes foram mantidos em sigilo pelas autoridades em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O julgamento no Fórum segue ao longo do dia.

Promotor Flávio de Lima Passos representa o MP | Foto: Alencar da Rosa
Henrique Gabriel Pires, 21 anos, também responde pelo crime no julgamento | Foto: Alencar da Rosa

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Relembre o caso

Luis Machado morava em uma casa do Corredor Schuck, Bairro Dona Carlota, com sua mãe e o enteado – sua esposa havia falecido cerca de um mês antes do crime. Na casa ao lado moravam os outros quatro indiciados, incluindo sua sobrinha. Confome a polícia, a vítima ficava cobrando o aluguel deles e se utilizava de certas situações, como desligar a água da casa ou a luz, para forçá-los a pagar.

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Segundo a Polícia Civil, Luis Machado era usuário de drogas e bebia com frequência. As investigações da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP) apuraram que, na noite do crime, os envolvidos o convidaram para sair em busca de entorpecentes. Pouco depois da meia-noite, Machado e quatro deles saíram de carro pela Rua Victor Frederico Baumhardt, no sentido bairro-Centro. Em certa altura do trajeto, os acusados inventaram que o veículo havia ficado sem gasolina.

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Luis ficou de buscar ajuda com um amigo nas redondezas e saiu a pé. O plano do bando era assassiná-lo nesse momento, porém, um dos participantes desistiu e o quarteto retornou para casa, deixando Machado nas imediações do Corredor Morsch, ainda no Bairro Dona Carlota. Na volta, os cinco indiciados teriam conversado e decidido, por fim, que deveriam dar cabo de Luis.

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Na segunda tentativa, já com os cinco dentro do veículo, a vítima foi abordada por volta das 3 horas, nas proximidades de uma lavoura de tabaco. Um deles teria investido contra a vítima com um machado e acertou o primeiro golpe. Desnorteado, Luis buscou se defender e correu para a lavoura, mas foi alcançado, derrubado e golpeado violentamente no corpo e no rosto. Segundo a Polícia Civil, quatro pessoas participaram da ação na lavoura, e o quinto, Henrique Gabriel – que era o motorista –, ficou no carro, à espera.

Depois, os cinco seguiram em direção a Vera Cruz e jogaram o machado no Rio Pardinho. Mais tarde, ainda teriam ido a um encontro entre amigos ao ar livre. A Brigada Militar encontrou o corpo desfigurado às 8 horas do dia seguinte.

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Guilherme Bica

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