A Brigada Militar fechou uma casa de jogos ilegal na Rua Fernando Abott, no Centro de Santa Cruz do Sul, no fim da tarde desta terça-feira, 5. A polícia chegou ao local após investigações do setor de inteligência. De acordo com o major Fábio Azevedo, do 23º Batalhão da Polícia Militar (23º BPM), a casa de jogos ilegal era monitorada há algum tempo pela BM.

A Gazeta do Sul acompanhou de perto a operação. O local abafado, sem ventilação, contava com dois espaços: de um lado ficavam as máquinas caça-niqueis e do outro computadores, possivelmente utilizados para vídeo bingo. Como meio de esconder a atividade, o estabelecimento ilegal não tinha janelas e era ventilado por exaustores e condicionadores de ar. No recinto, era forte o odor de cigarros e fritura.

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Na ação desta tarde, cerca de dez pessoas foram flagradas jogando de forma clandestina. Além disto, dez máquinas caça-níqueis e ceduleiras, usadas para contar dinheiro, foram apreendidas.  “O valor encontrado foi cerca de R$100. As pessoas que cuidam desse tipo de negócio passam retirando as cédulas, não acumulam grandes valores, justamente com receio de uma apreensão da fiscalização”, comentou o major.

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Ele ainda reforçou as condições em que as pessoas foram flagradas. “É um ambiente insalubre. Não só pelas condições da casa de jogos, que não tem ventilação e apenas uma saída, mas em meio a uma pandemia estão criando um ambiente de aglomeração”.

Conforme Azevedo, dois termos circunstanciados – registros feitos para crimes de pouca gravidade – foram produzidos pela Brigada Militar. “É um crime de menor potencial ofensivo, cuja pena não ultrapassa dois anos. Será feito todo o procedimento pela BM. As pessoas serão relacionadas, o responsável e as testemunhas”. O material apreendido também será citado no flagrante. “Será disponibilizado ao Juizado Especial Criminal (JECrim), o juiz vai fazer a conciliação ou a transição penal. É proposto, pela lei, que a pena seja revertida em valor (multa)”, explicou. O Ministério Público poderá ou não fazer uma denúncia.

“O jogador é um cliente, tem o vício do jogo. O responsável pelo local faz a contraversão ilegal pela jogatina. Também passaremos como sugestão ao Poder Judiciário a responsabilização destas pessoas por estarem transgredindo o artigo 268 do código penal, que visa pena para quem descumprir o decreto municipal”, ressaltou o major Fábio Azevedo.

O jogo não para

O mesmo local flagrado na tarde desta terça-feira, 5, pela Brigada Militar, já havia sido fechado há três anos, em uma operação da Polícia Civil de Santa Cruz do Sul. Na ocasião, a reportagem acompanhou a atuação da polícia, que precisou retornar à casa de jogos, logo após o fechamento, porque, cerca de três horas após a apreensão, o estabelecimento clandestino voltou a funcionar.

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A legislação brasileira, que enquadra os jogos de azar como contravenção penal, e a tolerância que os bingos e casas clandestinas do gênero encontram junto à população formam base para a manutenção da atividade ilícita, capaz de se reestruturar com facilidade. Visto como algo inocente, os jogos de azar tornam-se uma porta de acesso a outros crimes, como a lavagem de dinheiro. Para que os valores passem a circular de forma lícita, os proprietários usam estabelecimentos como fachada.

“É um negócio muito lucrativo. Este local já foi fechado em outras intervenções. Solicitamos que a fiscalização da prefeitura estivesse aqui também para que haja uma interdição e este espaço não seja reaberto tão brevemente. A estrutura deles está toda pronta, queremos coibir isto (os jogos ilegais)” concluiu o major Fábio Azevedo.

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