Ele já esteve aqui – e não faz muito – com o Cuarteto Ricacosa. Desta vez, ele vem solo. O compositor, cantor, violonista e arranjador uruguaio Sebastián Rey, o Seba, 36 anos, apresenta-se nesta quinta-feira, 5, a partir das 20 horas, na Casa das Artes Regina Simonis (Marechal Floriano, 651), com entrada franca – ou mediante contribuição voluntária. Da outra vez, lotou. Desta vez, não deve ser diferente. E sempre ciceroneado por Fernando Pozzobon, seu amigaço de estradas. O espetáculo se chama Noite de Tangos, Milongas y Candombes del Oeste de Montevideo.
Seba irá cantar suas origens e elas remetem a um lado pouco conhecido – mas muito rico culturalmente – de Montevidéu, no Uruguai. O lado oeste. E vai viajar pelos ritmos uruguaios tradicionais, como o candombe, a milonga e o tango, juntando naturalmente a influência da música brasileira em suas composições. Com isso, ele nos mostra um pouco da paisagem natural e cultural de seu ambiente, ressaltando a integração de culturas e ritmos, resultado da rica história de uma zona portuária que recebeu levas de imigrantes em diferentes períodos históricos, formando uma cultura que, ao mesmo tempo, é única e diversa.
Como integrante do Ricacosa, Seba participou das composições e gravações dos três discos da banda, tendo ganhado nas três ocasiões o prêmio Graffiti de Melhor Disco de Tango. Além disso, participou de grupos musicais de diferentes gêneros, como murga, chorinho, funk rock e música folclórica, apresentando-se em diversos países. Recentemente lançou seu disco solo, De Este Lado del Cerro, pela gravadora Cantores del Mundo.
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Oeste
O disco está disponível nas plataformas de música digital. Nele, Seba trabalha até com ritmos bem brasileiros, como o já citado chorinho. A Zona Oeste de Montevidéu é uma das mais ricas culturalmente da capital uruguaia. É uma região popular e proletária, onde a música criada tem muita influência de ritmos africanos e afro-uruguaios – e também da música brasileira. “O disco surgiu dessa necessidade de registrar canções que refletissem a paisagem física e sonora única do oeste de Montevidéu”, conta Rey. “Tenho muita influência da música brasileira, tanto que toco e estudo cavaquinho há já alguns anos.”
Seba é um grande estudioso de ritmos, de um modo geral. No Brasil, conheceu o cantor, produtor e pesquisador de música latina Arthus Fochi, no Rio de Janeiro, um dos responsáveis pelo selo Cantores Del Mundo. Focchi lhe deu um cavaquinho de presente. Um ano depois, quando foi ao Uruguai, ele já tinha montado uma roda de choro com amigos. De Este Lado del Cerro une a música brasileira aos ritmos uruguaios tradicionais com naturalidade, como se as distâncias culturais não existissem. O resultado é uma festa, como está retratado na arte do álbum.
Serviço:
O que: Sebastián Rey em Noite de Tangos, Milongas y Candombes del Oeste de Montevideo.
Onde: Casa das Artes Regina Simonis, na Marechal Floriano, 651.
Quando: hoje, a partir das 20 horas.
Quanto: entrada franca – mas cada um pode cotribuir espontaneamente
Promoção: Fernando Pozzobon e Associação Pró-Cultura.
Preste atenção: Seba é excelente violonista e faz uma releitura sem igual de um ritmo que é bem brasileiro, o chorinho.
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