Houve um tempo, anterior ao advento da fotografia, em que o desenho, a pintura ou a gravura eram a única forma de fixar para a posteridade os traços fisionômicos de uma pessoa. É a essa epoca, como homenagem ou intuito de reflexão, que remete a mostra “Feições da Imagem: a vida transformacional do retrato”, a ser aberta na manhã deste sábado, 16, na Casa das Artes Regina Simonis, no Centro de Santa Cruz do Sul.
Por iniciativa da Associação Pró-Cultura, mantenedora do local, e viabilizada por Danúbio Zitzmann, responsável pela agenda cultural, a exposição engloba 72 obras assinadas por 44 artistas, a maioria gaúchos (entre eles Márcia Marostega, radicada em Santa Cruz, única representante regional no time), mas também oriundos de outros estados. O conjunto permanece no local por um mês, até 16 de agosto.
LEIA TAMBÉM: Morador de Santa Cruz tem ilustrações selecionadas para livro internacional
Publicidade
Quem responde pela curadoria é a porto-alegrense Ana Zavadil, estudiosa sobre história, teoria e crítica de arte. O mesmo acervo em ocasião anterior pôde ser conferido na Galeria Duque, na Rua Duque de Caxias, em Porto Alegre. Em entrevista por telefone para a Gazeta do Sul, Ana inclusive ressalta que é a primeira vez que o conjunto segue para o interior gaúcho.
Foi com a experiência de curadoria de mais de 80 mostras de arte que Ana agrupou as peças que agora vêm a Santa Cruz, cidade com a qual ela possui vínculos e que visita de longa data (o marido dela, Vilson Machado, corretor de imóveis na capital, é natural daqui, e familiares permanecem na região). Além de Ana Zavadil, que assina a curadoria, vários artistas estarão presentes na abertura da mostra.
LEIA TAMBÉM: “As meninas” de Márcia: o feminino e a natureza
Publicidade
A própria Ana já se aventurou em pintar e desenhar. Mas, posteriormente, optou por se dedicar à teoria, à curadoria e à docência. Cursou Pintura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e depois se graduou ainda em História, Teoria e Crítica de Arte, complementando com um mestrado nessa área, também na Ufrgs. Ela faz questão de frisar que foi a única mulher a ter sido curadora-chefe de dois dos mais importantes espaços culturais gaúchos, o Museu de Artes (Margs), entre 2013 e 2014, e o Museu de Arte Contemporânea (Macrs), de 2015 a 2018. Ou seja, por seis anos, respondeu pelos mais relevantes acervos reunidos no Estado, além de ter assinado a curadoria da 10ª Bienal do Mercosul, em 2015. Atualmente, em Porto Alegre, lidera grupos de estudos e ministra oficinas sobre prática de desenho e pintura e, claro, história, teoria e crítica de arte, especialidade dela.
Na conformação do acervo que vem a Santa Cruz, salienta que estão representados mulheres e homens de várias gerações, desde os já mais cancheiros até a turma nova, uma vez que entende ser essencial dar visibilidade e estímulo aos jovens. Algumas das obras estarão à venda, conforme opção de cada artista, e inclusive a valores variados, permitindo que algumas peças sejam bastante acessíveis ao público em geral. As técnicas selecionadas e os materiais, cita, são igualmente ecléticos. “A proposta foi claramente posicionar o retrato em um campo expandido, inclusive levando o espectador a refletir sobre o que, afinal, é um retrato”, refere.
LEIA TAMBÉM: Na pele, a arte expressa na ponta da agulha
Publicidade
LEIA MAIS NOTÍCIAS DE CULTURA E LAZER
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!
Publicidade
This website uses cookies.