Artefatos e práticas de cura transmitidos de geração em geração entre as famílias, na cidade e no meio rural, motivam a nova exposição que entra em cartaz nesta sexta-feira, 17, na Casa das Artes Regina Simonis, em Santa Cruz do Sul. A professora universitária Giana Diesel Sebastiany assina a autoria das imagens, num total de 50, que estarão em exibição, todas em preto-e-branco e no formato A4. A abertura e o lançamento da mostra Fotos, Prosa e Verso: Artefatos de Cura e Educação ocorrerão nesta sexta, às 19 horas, e a partir de sábado, 18, o acervo poderá ser conferido pela população, até o dia 1º de abril.

Além das fotos, selecionadas entre cerca de 300 que Giana produziu, o conjunto motiva o lançamento de um livro. A ação decorre de um projeto de pesquisa em pós-doutorado que ela desenvolveu no segundo semestre de 2022, em Sobradinho, terra natal dela. O orientador do trabalho, professor Camilo Darsie de Souza, assina junto a mostra e o livro que dele resultam; o mesmo ocorre com Gabriel Steindorff, responsável pela edição das imagens e pela editoração.

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Giana explica que às fotos buscou agregar outros elementos ou recursos sensoriais, como trechos de poemas ou de textos associados a artefatos ou recursos de cura adotados na cultura popular, bem como canções da MPB em sintonia com a temática. Uma primeira mostra desse conjunto fora promovida ao final de 2022 junto à Feira do Livro de Sobradinho. A exemplo daquela ocasião, o evento desta sexta também permitirá ao público se familiarizar com chás e ervas costumeiramente preservados e consumidos pelas famílias.

O projeto foi desenvolvido por Giana, há 25 anos vinculada à Unisc, com oito agentes de saúde que atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF), programa do governo federal, em Sobradinho, quatro em área urbana e quatro no meio rural. A preocupação da artista foi avaliar a percepção que os agentes tinham da permanência ou adoção, junto à população, de práticas culturais transmitidas de geração em geração. É o caso de chás, ervas, essências, ou mesmo da presença de benzedeiras nas comunidades.

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Ela própria foi a campo para documentar, em fotografia, elementos ainda presentes. Assim, a religiosidade, o cultivo de chás e ervas medicinais, os artefatos mantidos, em paralelo a tratamentos ou medicações ministradas por profissionais da saúde, tudo isso transparece em imagens. O suplemento Magazine, na edição de final de semana da Gazeta do Sul, também abordará a mostra.

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