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ROMEU NEUMANN

Carta para dona Helena

Tenho admiração, respeito e consideração pelo trabalho que a senhora realiza por nosso município. E não é de hoje que eu falo. Bem antes de a senhora se eleger prefeita de Santa Cruz do Sul, eu já a admirava. Vamos deixar claro que este texto não é ideológico e, muito menos, partidário. Eu respeito posicionamentos diferentes dos meus.

Mas eu quero falar sobre uma questão que, acho, transcende ideologias. Na verdade, quero lhe fazer um apelo, senhora prefeita. Não se renda ao pragmatismo das soluções fáceis que lhe sugiram sobre questões que são emblemáticas para a comunidade. Se me permite dizer, nem tudo o que parece conveniente sob um ponto de vista é adequado às expectativas ou necessidades de outros.

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Vamos aos fatos: o Quiosque da Praça. É um patrimônio da Prefeitura, sim, mas muito mais um patrimônio da cidade. Em outras palavras, o Quiosque e tudo o que ele representa, no âmbito social, cultural, gastronômico, histórico, não pode ficar à deriva de ideias mirabolantes que sugerem transformar este espaço em sede de secretarias, de oficinas, de mercado público e sei mais o quê.

Aposto: não tem biografia de santa-cruzense que não tenha registro de passagem pelo Quiosque. Pode ter sido marcante, bem-sucedido ou não. Mas teve! Nem que tenha sido uma paradinha na sombra do Túnel Verde para degustar um sorvete.

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Por favor, senhora prefeita! O Quiosque precisa reabrir. Amanhã! É constrangedor ver um espaço símbolo desses fechado, na principal praça da cidade, à frente do ponto turístico referência de Santa Cruz do Sul.
Eu não tenho dinheiro e nem vocação para assumir um empreendimento desses. Mas, se tivesse, não faria a loucura de bancar um requisito estabelecido no edital: me responsabilizar pelos banheiros públicos da praça, por exemplo. Quem vai assumir isso?

Duas questões: faça a Prefeitura as reformas necessárias no prédio e abra um leque de opções para empreendedores da cidade. Que tal, no Quiosque, uma diversidade de sabores de chope artesanal. Por que não um restaurante, um café colonial com os sabores da culinária germânica, uma pizzaria, uma hamburgueria, um palco para a arte, para o talento, para a música?

Questão número dois: o Quiosque não precisa gerar renda para os cofres municipais. Ele precisa ser sustentável para quem o assume e servir a população. O que não pode é este espaço tão nobre ficar fechado. Não somos uma cidade decadente que se conforma com o retrocesso. Ou somos?

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