Laís é psiquiatra e comunicadora. A conheci há muitos anos. Eu tinha um programa na Rádio Pampa de Porto Alegre aos domingos, das 7 às 9h30 da manhã. O programa era ao vivo. Durou sete anos. Tive que parar porque fui convidado a participar na TV no programa do Paulo Sérgio Pinto.
A Laís brilhou muito na Pampa. Sempre foi muito incisiva nas suas falas, mas com o tempo parou para melhor atender sua real profissão.
É quase minha vizinha em Porto Alegre. Mora num belo apartamento quase em frente aos terrenos da Diocese Metropolitana. E não é que apareceu um galo, assim do nada, nos terrenos da Diocese, exercendo seu mister de cantar ao surgir da aurora? Alguém que não gosta de acordar cedo deve ter dado um sumiço no galo. Laís interveio, mas isso conto em outro artigo.
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Vamos à carta da Laís sobre meu artigo da semana passada na Gazeta, ela com seu estilo livre e direto.
“Que beleza! E é a mais pura verdade!
Cito um exemplo que aconteceu comigo: faculdade de Medicina UFRGS, década de 70, eu, em plena aula de patologia, os alunos enfileirados, lado a lado, cada um com seu microscópio, quando, de repente, essa que vos escreve teve uma dúvida quanto às células hepáticas que via e ergueu o braço. O professor: ‘como é que a senhora ousa me fazer uma pergunta com a luz do microscópio acesa? Aliás, o que a senhora faz aqui? Medicina é lugar de homem’.
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Pode?
Aliás, o hino era: ‘Medicina, papa fina, não é coisa pra menina’.
Mas Ruy, me pergunta de que sexo eram os alunos que desistiram da medicina por não conseguir ver sangue e cadáveres? Ou que desmaiavam dentro do bloco cirúrgico quando o professor usava o bisturi? E se alguma menina levava a avó para as aulas de anatomia para lhes enxugar o suor da testa quando tinha que dissecar um cadáver?
Pois é… as desistências eram todas dos meninos, os “papa fina”.
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Agora, que já somos a maioria dentro do curso da medicina, podemos dizer, a plenos pulmões: ‘Medicina é colo. E o colo materno é insuperável’.
Só consegue dar um bom colo quem gestou, pariu, produziu o alimento do filho no próprio corpo e cuida da prole por um bom tempo.
E os machões? Agora, eles sabem que duram 8 anos menos que as mulheres e as doenças mais graves ‘preferem’ os XY.
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Passem na frente de um boteco lá pelas 18h… alguém vê uma mulher, ali, tomando um martelinho de cachaça? Não, elas foram direto para casa, cuidar dos filhos, e torcer para não ser morta por um feminicida.
Mas há exceções, conheço homens maravilhosos. Pena que são poucos..”
Digo eu: Die Gedanken sind frei. (os pensamentos são livres.)
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