Tradicionalmente, o preço da carne sobe no fim do ano. Período de festas e de maior consumo, o reajuste tem ligação com o aumento na demanda e as despesas dessa época nos frigoríficos. A redução no número dos rebanhos, diante do avanço nas áreas cultivadas sobre as pastagens, é outro fator determinante para elevar o custo desse que é o ingrediente principal do churrasco dos gaúchos.
Na comparação direta, entre o preço médio praticado em dezembro do ano passado e o valor encontrado nos supermercados agora, o quilo da costela de primeira, também chamada de janela, está 52% mais caro do que no fim de ano passado. A expectativa é de que o produto volte a baixar a partir de janeiro de 2021.
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A Gazeta do Sul percorreu cinco supermercados de redes de lojas em operação no município (veja tabela abaixo). Com base na verificação feita no ano passado neste período, o corte de costela de primeira foi o que mais subiu de um ano para o outro. Em dezembro do ano passado, o quilo era comercializado, na média, a R$ 20,26. Neste ano, o preço médio é de R$ 30,75, com variações – os valores oscilam entre R$ 26,99 e R$ 34,90.
De acordo com o empresário Celso Müller, a costela de gado e os cortes suínos estão entre os produtos mais vendidos para o período da virada de ano. “Eles são os mais consumidos durante as festas de Ano-Novo. Antes são as aves que acabam saindo mais, por conta das ceias de Natal”, explica.
Müller observa que a tendência de fim de ano, com aumento no consumo da carne, sempre se reflete em reajuste de preços. “Além do aumento normal, temos percebido uma diminuição das áreas de rebanho para o plantio da soja no Estado. Isso faz com que a carne fique mais cara mesmo”, ressalta.
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Segundo o empresário, o próprio fim de ano e os encargos de pagamento de férias e abono natalino, o conhecido 13º salário, nos frigoríficos também colaboram para o aumento de preços nesta época. “Os frigoríficos precisam faturar mais neste período. Depois, em janeiro, logo ocorre uma acomodação de preços, e as baixas costumam ficar na casa dos 20% aos 30%.”
Outro corte que teve um reajuste na comparação com dezembro de 2019 é a picanha. No ano passado, o preço médio era de R$ 53,25, 21% mais barato do que neste ano, quando o valor médio do quilo é de R$ 64,42. O preço mais barato de picanha encontrado foi R$ 49,90, e o mais caro, R$ 78,95.
Ainda com relação ao levantamento da Gazeta do Sul feito em dezembro de 2019, o corte maminha praticamente manteve o valor. Há um ano, o preço médio era de R$ 43,25. Agora está 0,8% menor: o quilo da peça custa R$ 42,92.
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Suíno e cordeiro são opções mais baratas
Os cortes de carne suína e cordeiro acabaram sendo as opções mais em conta na comparação feita nessa terça-feira, 22. O quilo da costela suína sem pele, uma das mais consumidas nos churrascos de Ano-Novo, pode ser adquirido a partir de R$ 28,90. A diferença entre o valor mais alto e o mais baixo é de R$ 5,00.
Já o carré de cordeiro, que pode ser feito assado na churrasqueira ou no forno, é encontrado a partir de R$ 32,90. Em alguns supermercados de Santa Cruz, o produto não é comercializado. Em outros, todos os cortes de cordeiro têm o mesmo valor, na casa de R$ 32,00 a R$ 35,00.
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Churrasco em Santa Cruz
Corte de carne – Preço mais alto – Preço mais baixo
Carré de cordeiro – R$ 36,98 – R$ 32,90
Picanha – R$ 78,95- R$ 49,90
Maminha – R$ 49,95 – R$ 35,90
Costela 1ª (Janela) – R$ 34,90- R$ 26,99
Chuleta – R$ 39,95 – R$ 33,90
Vazio – R$ 35,90 – R$ 29,98
Costela suína sem pele – R$ 33,90 – R$ 28,90
*IMPORTANTE: Pesquisa de preços realizada entre a manhã e a tarde dessa terça-feira, em cinco supermercados de redes instaladas em Santa Cruz do Sul.
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