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Carmen Lúcia é exemplo de superação diária depois do câncer de mama

Carmen Lúcia Vieira, 55 anos, faz parte do grupo de pessoas que acreditam ter se tornado mais fortes depois de vivenciar o enfrentamento do câncer. Em razão do histórico familiar, ela fazia exames preventivos desde os 35 anos. Tudo ia bem até 2016, ano em que descobriu um caroço na mama direita, que provocava dor quando era tocado. Naquele momento, Carmen e o marido Eredeson Gomes pensavam que o problema poderia ter sido ocasionado pelo serviço braçal que ela desempenhava no trabalho como safrista e faxineira.

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Carmen só descobriu que era câncer de mama quando foi até um posto de saúde e a médica a encaminhou para uma mamografia. Em consulta com uma especialista, foi constatado que a doença abrangia toda a mama direita. “É muito triste quando você recebe o diagnóstico. Você vê o chão cair. Mas, às vezes, eu acho que ganhamos um fardo para poder sentar e refletir um pouco mais sobre a vida. Nada é por acaso”, afirma. Na sequência do diagnóstico, também foi descoberta metástase no fígado.

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O tratamento

Por ter feito todo o processo no serviço público de saúde, o tratamento só começou algumas semanas depois do diagnóstico. Em abril de 2017, Carmen realizou as primeiras sessões de quimioterapia. Foram 4 vermelhas e 16 brancas. Uma das preocupações da paciente era que o cabelo começasse a cair antes da formatura do filho, Leonardo Vieira.

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A queda dos fios, no entanto, só veio uma noite após o evento especial para a família. “Eu vi que meu cabelo estava bem fraco já. Quando passei a mão, caiu praticamente todo na minha mão”, relembra.
O fato que influencia a autoestima das mulheres doeu para Carmen, mas não se compara ao momento em que precisou retirar a mama. No final das sessões de quimioterapia, refez os exames e a médica precisou realizar a mastectomia parcial para evitar que a doença chegasse à outra mama. Outro momento delicado foram as sessões de quimioterapia vermelha, que, segundo ela, resultavam em muitos efeitos colaterais.

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Atualmente, Carmen está tomando a vacina Hercepin, aplicada em um intervalo de 21 dias, para evitar que as metástases do fígado se espalhem. O tratamento será realizado por tempo indeterminado. Em relação à mama, ela não poderá colocar uma prótese até terminar o tratamento das vacinas. A Hercepin causa alguns efeitos colaterais, principalmente no coração, mas Carmen afirma que está vivendo um dia de cada vez. “Me cuidando sempre”, desabafa.

Carmen Lúcia Vieira: “Às vezes, eu acho que ganhamos um fardo para poder sentar e refletir um pouco mais sobre a vida” | Foto: Bruno Pedry

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Apoio de irmãs de causa

Além da família e amigos, Carmen recebe apoio do Grupo Empodera, do Hospital Ana Nery. O projeto ocorre desde 2018 e é um grupo de apoio às mulheres que tiveram diagnóstico de câncer ou estejam em tratamento ou pós-tratamento oncológico. Para Carmen, seria bom se todas as mulheres pudessem ter tal oportunidade. “A palavra ajuda muito. Falamos com especialistas em vários assuntos e é muito bom aprender sobre coisas que não entendemos. O grupo nos encoraja a nos conhecermos”, enfatiza.

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Saiba mais

  • 1 em cada 12 mulheres terá câncer de mama no Brasil
  • 40% dos novos casos de câncer de mama acontecem em mulheres com menos de 50 anos
  • 10% dos cânceres de mama são hereditários
  • 95% de chances de cura são possíveis quando o câncer é identificado no estágio inicial
  • Pacientes em tratamento contra câncer estão isentos do imposto de renda relativo aos rendimentos de aposentadoria, reforma e pensão
  • O trabalhador cadastrado no FGTS pode sacar o saldo se ele ou dependente estiver na fase sintomática da doença
  • A Liga Feminina de Combate ao Câncer de Santa Cruz do Sul presta assistência a pacientes de baixa renda
  • O autoexame é etapa importante, mas não substitui o acompanhamento médico de rotina
  • A mamografia é o exame padrão inicial de rastreamento de câncer de mama: a partir dos 40 anos, ou antes, se houver histórico familiar

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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