Carência de médicos desafia a rede pública municipal

Em meio a um cenário de aumento expressivo na procura pelos serviços de saúde, a falta de médicos desafia a Prefeitura de Santa Cruz. Apesar da condição de município-polo, da existência de uma faculdade de Medicina e da faixa salarial elevada, o governo enfrenta dificuldades para preencher vagas, o que gera lacunas no atendimento tanto nos postos quanto nos plantões.

Um dos principais problemas envolve os pediatras. Nos últimos meses, com o arrefecimento da pandemia, o que permitiu a retomada das atividades presenciais, a demanda sobre o Centro Materno-Infantil (Cemai) disparou. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, enquanto a média de pacientes no ano passado era de 2 mil por mês, neste ano chegou a 4 mil. Com isso, aumentou o tempo de espera por atendimento, sobretudo de casos menos graves, o que em alguns casos motivou reclamações.

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O Cemai funciona 24 horas, sempre com ao menos dois médicos. Em alguns horários nos quais o fluxo é maior, porém, há necessidade de um reforço, o que, de acordo com a secretária Daniela Dumke, nem sempre é possível devido à carência de profissionais. A intenção, conforme ela, era contar com esse reforço das 9 horas às 17 horas, mas a dificuldade para alocar médicos persiste, ainda que a escala seja administrada por uma empresa terceirizada. “O que queremos é ampliar o número de médicos para reforçar a nossa estrutura, mas não conseguimos. Não é questão orçamentária, não é falta de pagamento, é falta de profissionais no mercado”, alegou.

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O Município também não dispõe de médicos em volume suficiente para oferecer atendimento em tempo integral em todos os 32 postos de saúde. Com isso, a oferta desse serviço nas unidades ocorre apenas em alguns turnos. Para se conseguir disponibilizar médicos com carga semanal de 40 horas em todos os postos, seria preciso ao menos mais cinco profissionais. Atualmente, são 49 no quadro, além de dez contratos emergenciais. O plano do governo, defendido pela prefeita Helena Hermany (PP) durante a campanha, era também formar uma equipe de apoio, que seria acionada quando houvesse lacuna em algum serviço, e uma estrutura de atendimento móvel, para atender em regiões onde não há cobertura.

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Atualmente, no entanto, o banco de médicos concursados está zerado. Em uma recente tentativa de nomear seis médicos, apenas duas vagas foram preenchidas. O governo também conseguiu aprovar na Câmara a autorização para nomear dez profissionais para a atenção básica, mas terá que tentar via contratos, sem garantia de êxito.

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Guilherme Bica

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