Para cuidar da saúde, muitas pessoas buscam uma rotina de vida mais saudável, adotando a prática de exercícios e uma alimentação bem balanceada. Mas quando se trata de doença, grande parte da população costuma procurar um médico apenas quando os sintomas já estão muito críticos. Um erro, pois muitas enfermidades poderiam ser evitadas com o acompanhamento de rotina.
Além disso, nem sempre nosso corpo envia sinais claros de que tem algo errado. Existem muitas doenças silenciosas que podem não apresentar sintomas específicos, como hipertensão arterial, disfunções na tireóide, diabetes e até mesmo o câncer, mas que podem ser diagnosticadas facilmente em um check-up, seja ele de rotina ou cardiológico.
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Em entrevista à Gazeta do Sul, o cardiologista Cassiano André Nardi, da Angiocardio, esclarece a importância do check-up cardiológico para a prevenção da saúde do coração.
- Como o check-up do coração pode promover a saúde cardíaca?
Pode prevenir a saúde cardíaca a partir do diagnóstico precoce de doenças que aumentam o risco cardiovascular. A partir disso, é possível fazer intervenções medicamentosas, cirúrgicas, ou orientações que resultem em um modo de vida saudável. Para tanto, inicialmente são feitas uma consulta minuciosa e o exame físico completo do paciente. Após, são solicitados exames de sangue e outros exames específicos cardíacos, de acordo com idade e alterações encontradas. - Quais doenças cardíacas que podem ser diagnosticadas com um check-up do coração?
Entre as mais comuns, estão o diagnóstico de isquemia cardíaca (entupimento das artérias coronárias), alterações nas válvulas do coração, arritmias cardíacas e hipertensão arterial. Através do exame de sangue podemos identificar diabetes, alterações no colesterol e triglicerídeos, que são fatores de risco importante para surgimento e agravamento das doenças cardiovasculares. - Quais exames fazem parte do check-up cardiológico?
Além dos exames completos de sangue são realizados geralmente um eletrocardiograma, teste ergométrico e ecocardiograma. Conforme os problemas identificados no exame inicial e a faixa etária do paciente, pode ser necessária também a complementação com ecodoppler de carótidas, holter de 24 horas (para arritmias) e Mapa de 24 horas (diagnóstico de hipertensão). - Quando fazer uma avaliação cardiológica?
Não há idade definida para um primeiro check-up cardiológico, mas para assintomáticos o ideal é em torno de 35 anos. O surgimento de sintomas como cansaço aos esforços, dores no peito, alterações nas batidas do coração tem indicação formal para uma avaliação independentemente da idade. Alterações nos níveis de pressão arterial também não devem ser menosprezadas. Os pacientes que tem histórico familiar de doenças cardíacas ou de AVC (isquemia cerebral), assim como os que praticam atividades físicas de mais alto rendimento, os atletas e aqueles que já têm diagnóstico de diabetes devem fazer o check-up de uma maneira mais precoce.
- Com qual periodicidade deve ser feito o check-up cardiológico?
O acompanhamento cardiológico é tão importante quanto o diagnóstico. Trata-se do controle para verificarmos se as orientações estão sendo seguidas, se o paciente está conseguindo atingir ou se manter nas metas terapêuticas de pressão, peso, laboratoriais e se é necessário fazer ajustes na medicação ou solicitar novos exames. A revisão após os 50 anos geralmente é anual. Os mais jovens geralmente a cada dois ou três anos, dependendo se apresentam alterações ou não.
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