O Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência (Capsia) em Santa Cruz do Sul está retomando os atendimentos, que foram reduzidos por conta da pandemia do novo coronavírus. Conforme a psicóloga e coordenadora do Capsia, Veridiana Limberger, o espaço atende em torno de 700 crianças e adolescentes por mês e oferece atenção individual com médico psiquiatra, psicólogos, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional e assistente social. Há também grupos terapêuticos para adolescentes e familiares e oficinas terapêuticas para crianças e adolescentes que incluem opções como culinária, imagem, hora do conto, atividades físicas e jogos.
Em março, para evitar aglomerações, os atendimentos presenciais foram reduzidos pela metade e os grupos e oficinas terapêuticas foram suspensos. “Cabe salientar que a equipe do Capsia e técnicos que estão em home office seguem fazendo o acompanhamento destes pacientes via telefone e até mesmo chamadas de vídeo por meio de algum dispositivo disponível na família”, explica Veridiana.
Com a retomada dos atendimentos individuais, vários cuidados estão sendo tomados para evitar a contaminação, como distanciamento e uso de máscaras e álcool em gel. Outra mudança foi o acolhimento de novos pacientes, encaminhados para avaliação, com documento de referência da atenção básica ou outro serviço público. Antes, em cada turno, havia um técnico responsável por essa demanda, que fazia o atendimento. Não havia a criação de uma lista de espera. Para evitar aglomeração, os acolhimentos estão sendo agendados a partir do contato da família com o serviço.
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“Os grupos estão, de forma incipiente, sendo retomados, com até três adolescentes e familiares, mas não sentimos que há muito interesse das famílias nesse momento, pela insegurança com a pandemia.” Casos mais graves estão sendo chamados para atendimentos individuais, mas a coordenadora reforça que os grupos e oficinas voltarão na medida que houver maior estabilidade na disseminação do vírus e quando o isolamento social for suspenso.
Casos de ansiedade
A expectativa do Capsia é que os atendimentos aumentem – e a coordenação já percebe que a maior demanda nos últimos meses é de casos relacionados com ansiedade gerada pela pandemia. “A atual situação causa grande estresse, angústia, insegurança, falta de interação social e demandas de uma escola em novo formato. Não só nas crianças e adolescentes, mas também nos cuidadores, que precisam se preocupar com questões ligadas a trabalho, finanças e tarefas escolares dos filhos”, conta Veridiana Limberger. O contexto é extremamente ansiogênico, mas também há quadros em que o período foi positivo, segundo ela. A maior proximidade e a interação afetiva na família e a não necessidade de ir à escola são fatores de menos estresse e conflito e de maior estabilidade emocional.
Entenda
O Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência (Capsia), serviço integrante da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, atende crianças e adolescentes. Oferece tratamento especializado, com equipe multiprofissional, por meio de atendimentos individuais nas diferentes áreas de atuação; psicoterapia individual e grupal de adolescentes e família; oficinas terapêuticas e visitas domiciliares, com o objetivo de realizar o acompanhamento clínico, reinserção social dos usuários e fortalecimento de laços familiares e comunitários.
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